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Adidas Inverno/11 - Superando os limites

A chuva que tomou a cidade ontem chegou a preocupar, mas o Weather Channel acertou em cheio dizendo que o dia iria ficar nublado, mas sem chuva. A temperatura durante a noite foi caindo gradativamente, coisa que animou bastante. Afinal, correr 10K a um pace de 5' era a novidade do dia.
O ritual foi o mesmo das outras estações. Levantei às 5:30, conferi a bolsa e um café da manhã reforçado, pois a largada era apenas às 8 horas. Atravessei a ponte sem problemas e ainda fui abençoado com um lindo nascer do sol na perimetral.

O carro ficou no lugar de sempre e segui para pegar o chip no sempre organizado conjunto de barracas. Nunca entendi porque a concorrência não copia este modelo. Depois fui ao encontro do Lindemberg em busca dos sonhados 50'. Fizemos hora em frente ao Clube O2 e tive tempo de encontrar o Carlos Magno e ser reconhecido pelo Lucas, amigos do corremos.com.br. Além deles ainda encontrei a Rafaela e o André Cavalcanti, da assessoria esportiva. Pessoal de bem, com um estilo de vida saudável.
Fotos e votos depois, deixei as coisas no guarda-volumes e segui para o pórtico de largada. A quantidade de participantes impressionou, pois era bem maior que o presente na Adidas Outuno. A organização não conseguiu fazer valer os pelotões, fato que complicaria a largada pouco depois.
Eu, Lindemberg, Carlos e um amigo estávamos a uns 80 metros do pórtico de largada e haviam mais uns 200 metros de gente amontoada na pista em direção a zona sul. Éramos uns 18 mil, incluindo os pipocas, aguardando o início da prova. Ao comentar depois com o Gláucio ele me contara sobre alguns amigos que aguardavam uns 5 minutos para largar, para não enfrentar o trânsito humano.
A corrida. Manter 5'/Km confesso que me deixou ansioso, ainda mais por perceber que os primeiros quilômetros seriam uma prova de obstáculos. A situação estava realmente fora de controle, pois ultrapassei caminhantes e idosos nos primeiros 300 metros e por duas vezes quase transpassei uma senhora e uma garota que repentinamente entraram na minha frente. O jeito foi cortar pela grama o resto do primeiro quilômetro para  fechamos com 4'58. Foi meio cansativo, mas não havia outro jeito de evitar perder tempo. Até o retorno da prova de 5 Km seguimos bem embolados, mas mantínhamos uma média de 4'56"/Km. A FC rodava pelos 90%, mas eu repetia que eram breves 10 Km. Que era possível suportar a intensidade e seguimos em frente.
Encontramos um pelotão que seguia na mesma batida e tentei seguí-los. Lindemberg parecia estar sobrando, mas confiara no meu discernimento para não quebrar. Chegamos no Mourisco com 24'38" no relógio, o que me deixou tranquilo. Sabia que tinha uma margem segura, mas não tão grande para a dureza do que queria fazer. O recorde pessoal estava mais um vez sendo destruído, mas eu queria mais. Baixar de 50' era o desejo. Até que veio o curvão da Glória. A altimetria dele é pequena, mas trás desgaste. Perdi muita velocidade neste trecho e a fadiga se fez presente, possivelmente em detrimento da Meia Maratona do domingo passado e da semana de poucos treinos. Preferi nem olhar para o Polar, pois sabia que estava trabalhando acima da freqüência estipulada. Tentava me concentrar na respiração e na técnica dos braços para tentar minimizar o desgaste.
Terminamos o Km 6 com 29'58" e fiquei receoso, pois não estava me sentindo bem aquela altura. Ao passar pelo posto de hidratação tomei um banho para tentar animar, mas não foi suficiente. Fechamos o Km 7 com 35'18" e o Km 8 com 40'34", 34" atrás do tempo desejado. Fui buscar energias sabe-se lá onde para não deixar o ritmo cair ainda mais e com muita concentração voltei a correr próximo do pace ideal. Chegamos ao último quilômetro com 45'38". 
Novo recorde pessoal. Conseguir um tempo abaixo dos 51'18" da Adidas Outono era uma certeza, mas me perguntava se seria possível correr abaixo dos 50'? Falei para o Lindemberg ir embora, pois agora era a hora do sprint. Ele acelerou e tentei seguí-lo. O ar faltava, mas estava muito perto. Faltando 40" para os 50' eu avistei a chegada e arrisquei um sprint nem sei como. Passei um bocado de gente, ignorei os fotógrafos da Foco Radical e Mídia Sport. Provavelmente a expressão que registraram não foi a mais fotogênica. Fechei o último quilômetro com 4'38", com a FCM em 105% (195 batimentos por minuto!) e o tempo total de 50'16". Nunca corri com tamanha intensidade. Daqueles 8" por quilômetro eu conseguira tirar 7". Não foi abaixo dos 50”, mas fiquei muito próximo disso. Agradeci o Lindemberg pela ajuda e seguimos para buscar nossa merecida medalha. 
Top 100. Não sou de me preocupar com coloção final de um prova, pois é algo muito relativo. Mas como a Adidas é uma prova que reuniu uma montante razoável de participantes, resolvi matar a curiosidade do meu camarada Weliton. Ele nem corre, mas me perguntou. Na minha frente chegaram 602 corredores, mas na categoria 40-44 apenas 92 foram mais rápidos. Nada mal para quem curte este mundo há pouco mais de um ano.
Prólogo. O final de prova não poderia ser melhor. Consegui encontrar o Lucas, o Carlos, além do Rogério, Milene e Beth (faltou uma foto com você!). Jogamos conversa fora até o sorteio, mas não foi ainda desta vez que ganhamos o tênis, mas somos brasileiros e não desistimos nunca. Algumas fotos depois encerramos mais uma celebração à vida numa manhã de domingo.
Ano corrido. Este ano já foram 3 provas de 10K, 2 meia maratonas e 5K da Ecorrida de revezamento na equipe do compadre Gláucio. Ainda pretendo correr mais 3 provas de 10K e uma última meia em agosto. As tentativas de tempo foram bem sucedidas. A marca dos 10K caiu de em todas as tentativas e a 1/2 Maratona foi abaixo das 2 horas. Nada mal para quem treinou sozinho até agora, mas espero pulverizar esta marca na Adidas Primavera/11.
Polêmica. Corri com o Runkeeper ativo, pois utilizo o sistema de informação dele para acompanhar meu ritmo de prova. O tempo total  nele e no relógio foram os mesmo, pois desliguei ao mesmo tempo, mas a distância percorrida registrada pelo GPS foi de 240m a mais! Segundo o Runkeeper meu tempo para os 10K foram 49'20", contra os 50'16". Como pace registrado foi de 4'56"/Km, resolvi conferir o percurso na mão no Google Maps e aparentemente minha teoria tem fundamento. Como no final da prova fui ao posto médico com a Milene para verificar o joelho dela, ficou fácil de marcar a linha de chegada de frente para o jardim aos fundos do MAM. Agora, além da polêmica com o título de 87 do Flamengo, meus 49'20" seguirão o mesmo caminho. Mas como o Mengão é Hexa...
10K de verdade
10K de verdade?
Boas passadas à todos :-)

Comentários

  1. Fala André,
    Parabéns pelo resultado e pela evolução! No meu longão senti que as pernas também estavam pesadas, do esforço da meia uma semana antes. Com certeza se não fosse por isso você teria feito sub-50. Quanto à distância da prova, ela é aferida pela CBAt, conforme o regulamento (artigo 3º). Essa aferição é feita in loco, com uma bicicleta que carrega uma espécie de trena. Ela é mais precisa que a marcação por GPS ou mesmo mapa baseado em foto de satélite. Pô, eu queria buscar o sub-50 na etapa da primavera, mas agora vi que cairá nas minhas férias. Provavelmente estarei viajando... mas você também logo chegará lá.
    Grande abraço,
    Sergio
    corredorfeliz.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. @Sérgio,
    Pois é meu amigo. O GPS desta vez atrapalhou. Mas é bom saber que estou a 16 segundos da minha meta.
    Da Meia Maratona Internacional do Rio para a Adidas Primavera serão cinco semanas. Espero não ter surpresas neste intervalo para treinar de forma consistente e saudável para a prova. Uma pena você não estar presente para alcançarmos mais este grande feito.
    Hoje retomei os treinos e achei uma nova ladeira para ganhar mais força. A elevação é assustadora. São quase 2 minutos intermináveis que fizeram minha FC chegar a 100%!!!
    Como anda o tratamento das lesões?
    E obrigado mais uma vez pela visita.
    André

    ResponderExcluir

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