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Mostrando postagens de novembro, 2012

Quer conhecer o verdadeiro caráter de uma pessoa, dê o poder a ela

Era uma terça-feira que amanhecia chuvosa. Perfeita para continuar debaixo da coberta, mas o bicho da corrida não me deixou ficar na cama. Levantei no primeiro toque do despertador e rapidamente já estava com tudo pronto para o último treino de tiros antes do Circuito das Estações Adidas, etapa verão. Seria um treino como outro qualquer se não fosse por um infeliz incidente no trecho de volta para casa. Simplesmente um inconsequente motorista de ônibus, apesar da pista de três faixas completamente vazias no início da manhã, resolveu reivindicar o meio metro de asfalto que eu utilizava para realizar meus tiros. Não foi assustador, pois correndo na contramão eu consigo acompanhar o comportamento dos veículos. E ao perceber o movimento inconsequente do indivíduo que guiava o ônibus, pulei para a calçada. Afetou um pouco a corrida, mas afetou ainda mais minha tranquilidade e civilidade. Depois de um sem número de palavrões passarem pela minha cabeça e eu deixar um dedo a mostra me pegun

André e seu novo tênis: Adidas Kanadia 4

O Adidas Kanadia foi indicação do Glaucio, que já transcendeu há tempos as corridas exclusivamente no asfalto. O objetivo do Kanadia é propiciar mais aderência nas trilhas. Assim, com alguma criatividade criei um percurso que pudesse avaliar o tênis antes da XC 42K Búzios , afinal dia de prova não é dia de experimentações. Com o test drive positivo, fui para a corrida de revezamento tranquilo. Abaixo os detalhes. Ele não é mais leve , nem mais pesado do que os tênis que estou acostumado a utilizar. As 318g conferem o conforto de outros modelos que já usei, como os Adidas Sequence e Response, além dos Asics Kayano, Cumulus e recentemente o 3020. Seu solado é o diferencial para a corrida de trilha. Ele foi muito útil nos trechos de mata e terra. No asfalto e no cimento não comprometeu, apesar de não possuir tanto amortecimento quanto os tradicionais de asfalto. Mas a nova forma de pisar, com a parte plantar, me garantiu a segurança para utilizar calçados com menos amortecimentos no c

A importância da prova alvo

Fim de ano chegando, muitos treinos, centenas de quilômetros corridos e um punhado de provas. Olhando o ano que passou eu acabei dividindo 2012 em duas partes: o processo de recuperação até a Golden Four Asics (G4) e a decisão de participar da XC 42K Búzios . Após a lesão do ano passado, a estrada foi longa para recuperar a forma. Sinceramente não tenho certeza se ainda estou no mesmo nível de 2011, mas estou satisfeito com o quanto conquistei. Correr a G4 abaixo de duas horas foi gratificante, mesmo não tendo superado minha melhor marca. O motivo da comemoração foi de ordem técnica, pois eu mudei a forma de pisar. Durante o primeiro semestre a dedicação foi toda para a nova pisada, pois o fantasma da bursite no quadril me assombrava. A cada treino uma gota de esperança e outra de confiança. Era o perigo da lesão indo embora. Corri algumas provas para avaliar minha evolução técnica e física, certo de que não estava no melhor de minha condição. A Corrida da Ponte foi um bom exem

Maratona Cross Country de Búzios 2012 - Parte II, por Glaucio Coelho

Considero que esta foi a prova que abriu um novo universo dentro do mundo da corrida para mim. Viajar para correr em contato com a natureza é o meu barato atual. Até ano passado eu nunca havia pensado em correr fora do asfalto, creio que nem sabia direito como isto funcionava, até que o amigo Lito Cordeiro, corredor com algumas décadas a mais de participação em corridas, me chamou para fazer dupla com ele, topei na hora. Fizemos a inscrição e comecei a me empolgar com o desafio logístico que é aliar a corrida (esporte que adoro) e viajar com a família (prazer demais!). A minha única experiência anterior em relação a isto havia sido uns meses antes, a Mini-Maratona de Paraty, que é prova de asfalto. Voltando a Búzios 2011, fiz os primeiros 21 kms, já relatados com estilo e competência pelo André, a única diferença em relação a este ano é que em 2011 quem tentava nos torturar era o calor e este era a chuva e o vento. Este ano o Lito está focado em outros projet

Maratona Cross Country de Búzios 2012 - Parte I

Às cinco e meia da manhã eu levantava para um improvisado desejum no quarto da pousada. Seguindo a tradição, nada de novidades na alimentação. Bananas ao mel e sanduíches de queijo e presunto. O suco de maracujá comprado acidentalmente teve sua utilidade, pois trouxe tranquilidade neste momento de mentalização pré-prova. Ainda mais pela única estratégia que fora possível elaborar: sobreviver as ladeiras do primeiro trecho da "mais bela e desafiadora maratona", que para mim seria apenas meia maratona, pois o Glaucio me convidou para formar uma dupla com ele. Mesmo assim, não havia nada de simples no desafio. Já que toquei no nome do Glaucio, preciso falar da sua habilidade para organizar estas corridas de revezamento. Ele escolhera uma pousada a dez minutos da Rua das Pedras, o que nos conferia tranquilidade e tempo suficiente para chegarmos ao local da largada. Chegamos cedo para avaliar o primeiro dos muitos desafios do dia. Falo das estreita, irregular, molhada e esco

10 Milhas Cross Country em Niterói

A largada foi no início da Almirante Ari (o correto é com i) Parreiras, para que fosse possível esquentar os músculos nos dois quilômetros até a praia. Ali foi pular da calçada para a areia, fofa, e enfrentar 1.200 metros até o acesso a calçada um pouco depois da cabine da polícia militar. É impossível para mim percorrer estes trechos de areia e não lembrar dos Fremens, mitológicos guerreiros da Saga Duna . Eu só pensava no jeito perfeito que eles venciam as areias de Arrakis. A parte boa de enfrentar o trecho de areia fofa é que me senti umas duas toneladas mais leve quando comecei a correr no calçadão em direção ao Museu de Arte Conteporânea (MAC). A subida é de impor respeito, mas antes que eu pudesse pensar em comemorar o desafio vencido, a rua tal também possuía uma inclinação de roubar o fôlego. Fiz o retorno pela rua blau e me vi de frente para o MAC novamente. Agora em direção para Icaraí. Quando cheguei a Praia da Flechas, o Runkeeper me lembrou que um terço do desafio havi

CANCELADA a Maratona de Nova Iorque

  Na última quinta-feira eu corria para terminar uma série de leituras sobre o Marilson, para avaliar as reais chances do brasileiro ganhar a prova pela terceira vez. E questionava se aos trinta e cinco anos ele teria condições de superar seu melhor tempo de 2h08 na prova. A vitória seria consequência de uma estratégia bem executada, pois descobri que ele levava desvantagem, pois pelo menos uns vinte corredores possuem tempos iguais ou melhores que o dele.  Participar das provas de Nova Iorque e Boston é uma questão estratégica, pois em provas com percursos complicados aumentam sensivelmente suas chances de vitória. O difícil percurso da prova era uma vantagem para o Marilson, pois ele tem uma força diferenciada para superar trechos com grande variação de altimetria. Os menos preparados sentiriam o esforço destes trechos, abrindo uma oportunidade para uma fuga do brasileiro, ou ao menos temperaria a disputa jogando para o alto a obviedade do resultado (do Marilson ter poucas chanc