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Quatro anos de corrida comemorados na Athenas 10K

Foi um final de semana memorável. Apesar dos quase 60 quilômetros entre Niterói e a Barra da Tijuca, chegar a Mega loja da Centauro e pegar o kit sem filas ou transtornos foi um alento. A estrutura simples e eficiente é sinal da maturidade da Iguana Sports como organizadora de eventos esportivos.
A camisa de poliamida (linda diga-se de passagem) será guardada com muito carinho, pois nesta prova comemorei quatro anos como corredor.
Eu gostaria de ter mobilizado a galera, tirar fotos, mas foi tudo meio no improviso, por conta da correria (sem tênis) dos últimos dias. Por capricho do destino ainda consegui ajudar uma amiga do trabalho, que em viagem não conseguiria pegar o kit. Assim, cumpri o ritual de sempre. Tentar descansar na noite anterior, levantar cedo e curtir a prova. Prova que não seria para buscar recordes pessoais, mas para consolidar a maior das lições que a corrida pode nos ensinar: a persistência.
O bom corredor aprende logo o quanto a corrida pode ser generosa com quem se entrega por completo. A sensação de missão cumprida é quase indescritível. Trás uma felicidade e confiança sem tamanho para que sigamos em frente. Lição que pode ser aplicada à todas as áreas de nossa vida, pois viver requer atitude. Assim como chegamos no ápice da fadiga e precisamos decidir se continuamos, ou se paramos, a vida em muitos momentos exige uma dose a mais de vontade para se manter o equilíbrio em direção as grandes resoluções. É nisto que eu acredito. Viva a corrida.

A manhã de domingo começou silenciosa, céu nublado e temperatura amena. A viagem para a Barra da Tijuca foi tranquila e sem trânsito. Tranquila até o pedágio, pois ao sair do túnel me deparei embaixo de uma chuva sem tamanho. A primeira reação foi de susto e a segunda de alegria. Com certeza não passaria aperto na prova por conta do calor. Coisa de maluco esta perspectiva de corredor. Bom, pois não somos de açúcar e sabemos tirar proveito de qualquer coisa. 
Cheguei ao Pontal perto das sete e estacionei o carro próximo da concentração. Por conta da chuva fiquei dentro do carro e pacientemente coloquei o número de peito, o chip no tênis e liguei para Joyce. Eu estava com o kit dela. Até que ali pelas sete e vinte e cinco finalmente nos falamos e ela me alertou que a largada ocorreria às sete e meia! Tranquei o carro e sai correndo para encontrá-la. Deixei o número peito e o chip com ela e segui para o guarda-volumes, após desejar-lhe boa sorte. Era sua primeira tentativa de concluir uma prova de dez quilômetros.
Passei pelo pórtico de largada quando faltavam dois minutos para organização fechar a passagem. A pista já estava meio vazia, pois o grande pelotão seguia a minha frente. 
A meta era manter a frequência cardíaca entre 85% e 90% da máxima. Evitei aferir o pace, para não me frustar ou animar demais. Entre o primeiro e segundo quilômetro alcancei o mar de gente. Entre os corredores muitos andarilhos, exigindo certa habilidade para desviar de tantos sem derrubá-los. Eu mais parecia um louco gritando animadamente "cooooom licença pooooor favor... muuuuito obrigaaadu!", enquanto passava pela multidão. Quando cheguei no retorno dos dois quilômetros e meio, senti falta das meninas gritando "cinco a esquerda, dez a direita". Então, tomei a liberdade de auxiliar o calado staff que tentava orientar os corredores.
A chuva apertava, a temperatura baixava e eu me animando cada vez mais. A pulsação já havia alcançado 95%, mas eu estava bem. A panturrilha estava bem. A euforia já havia me possuído, enquanto a cada minuto acelerava mais. Quando vi a placa do quarto quilômetro resolvi apertar ainda mais o passo e comecei uma corrida pessoal contra um grupo que seguia a minha frente. Verdade que não passei por todos, mas foi fantástico terminar a prova com um sprint e coração na boca. Vinte sete minutos depois da largada eu sabia que a panturrilha superou o rojão. Que a quinta temporada estava só começando, mas a motivação era a dois áureos tempos. Seria mentira falaste que a motivação era de iniciante, pois ninguém bi começo fica animado. A paixão vem no final da primeira possuía. Da primeira medalha.

A alegria foi tamanha que simplesmente parei para curtir a chuva e assistir aos demais corredores chegarem. Recuperado, comecei minha caminhada para buscar Minha amiga que debutava nos dez quilômetros. Enquanto caminhava vi a Drica e seu marido, a Márcia e o Waldemar, além da Angélica. Além deles, alguns amigos da rede social começavam a curtir o post com o resultado da prova. Eu passava da parque anunciava o oitavo quilômetro, quando avistei minha amiga de meias rosas. Achei um barato a reação de surpresa dela e fiquei ainda mais feliz com a disse de animo que aquilo lhe dera. Para lhe distrair do cansaço o ultra-maratonista Jorge passou pela gente e gravou uma breve entrevista conosco (enquanto corríamos, claro). Quando percebemos já estávamos no último quilômetro, nos aproximando da música e pouco depois da chegada. Desafio vencido, tiramos algumas fotos antes de nos despedirmos do novo templo da corrida de rua do Rio de Janeiro.

O evento promovido pela Iguana Corta esteve dentro do padrão de qualidade já conhecido pelos fãs do Circuito Athenas. Gostaria de agradecer uma vez mais pela confiança e carinho a este credor e blogueiro. Tirar do Aterro do Flamengo este evento foi uma decisão sabia, custo as obras que se multiplicam na região. O Pontal é plano, com pistas largas, com uma vista até mais bonita. Aos apaixonados da Golden Four Asics uma ensaio para a etapa Rio deste curtiu de meias maratonas. Para os demais um muito obrigado e até breve.
Boas passadas!

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