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Mostrando postagens de 2016

Da vergonha à Glória

Navegando recentemente descobri que a origem do sobrenome Silva vem dos tempos do Império Romano. Este que foi uma das maiores forças militares da humanidade denominava todos os povos que se refugiavam nas florestas (onde hoje conhecemos como Península Ibérica) como Silva. Silva que em latim significa selva, floresta, mata. A história avançou e chegou à Vera Cruz. Muitos portugueses buscando o anonimato (não irei discutir a motivação do fato) adotaram o sobrenome Silva ao virem para o Brasil tentarem uma nova vida. Em nosso solo, o agora sobrenome Silva se estendeu aos escravos, já que a maioria perdeu suas referências após serem sequestrados no território africano. Durante muito tempo percebi que a vergonha pesava sobre aqueles que carregavam o Silva em seus nomes. Era algo comum. Do povo, há tempos abandonado a própria sorte pelos poderosos. Mas como ouvi um dia no filme  Jurassic Park , " a natureza sempre encontra um meio de prevalecer ". Ela trás consigo poder

Vanderlei Cordeiro teve a honra de acender a pira olímpica

Em 2004 o esporte que eu praticava e respirava era o volei. Valia na quadra, na areia, no video game ou um simples ataque/defesa para esquentar a mão. Quase que sem querer, com a televisão ligada para passar o tempo eu ouvia uma narração muito animada da maratona. Um brasileiro estava na frente. Eu tentei puxar na memória algo sobre atletismo e não me veio nada sobre maratonistas. Lembrei do salto triplo, do salto em distância, dos revezamentos, mas nada sobre corrida de longa distância. Eu tentava entender como "aquele desconhecido" ganhava com uma vantagem absurdamente grande a mais tradicional prova olímpica, até que apareceu aquele maluco. O resto da história vocês já sabem, pois aquela cena está impressa na mente de todos os brasileiros. Em 2010, quando comecei minha história como corredor, eu não sabia literalmente nada sobre este universo chamado corrida. Tinha apenas uma referência, que li e refleti com muita satisfação. Suas citações sempre simples e objetivas.

E lá se foram 7.000 km

E lá se foram 7.000 km. Mais de 680 treinos nestes 6 anos. Muitas histórias, experiências, alegrias e planilhas. Desde que comecei a correr uso planilhas para treinar. Planilhas genéricas, ou personalizadas. Todas valem, pois estas possuem as três fases distintas para o desenvolvimento do corredor: (1) condicionamento, (2) força e (3) polimento. Tudo bem arrumadinho para quem quer se preparar para próxima corrida. As planilhas da O2 são as minhas favoritas. Normalmente divididas em micro ciclos de 4 semanas, elas propiciam uma boa evolução, sem descartar importantes intervalos para descanso do corpo. No último domingo concluí as primeiras 4 semanas de treino depois de muito tempo. Neste período teve frequência cardíaca alta, dores musculares, mas por fim as coisas começaram a entrar nos eixos. Tendo ainda 9 semanas para prova alvo, comecei a quinta semana (de treinos leves) com parte do tempo na areia fofa. Bom para fortalecer, tendões, tornozelos e panturrilhas para os treinos

Do jeito que dá

A crise realmente chegou para todos. Da mesma forma que Lelo Apovian relata (na matéria A corrida não pode parar , publicada recentemente no site da Runners World Brasil) que a vida não está fácil para quem vive da corrida, não está fácil para nós que desafiamos o orçamento do mês para encaixar eventualmente acessórios e inscrições nas despesas mensais. É preciso se planejar e saber quanto é quando gastar. Nestas horas relembro de informações cortadas nestes anos de corrida. Uma que se aplica bem a este momento foi dita pelo nosso melhor maratonista (na minha humilde opinião) de todos os tempos. Vanderlei disse que se preparava para participar em alto nível de suas provas em média num ano. Particularmente algo sensato até para nós amadores, já que a maioria das planilhas treino (genética ou não), sugerem oito semanas de treino para um prova. Além de bom adequado, fisiologicamente dizendo, faz bem para o bolso nos dias atuais. Muitas organizações sabendo que as pessoas serão mais cri

Um leão todos os dias

No início da semana eu a passeava pelo painel do Garmin Connect até que parei no relatório de mensal de treinos. Olhei para aquelas barras azuis lembram o quanto correr é bom e as coisas boas que a corrida me propicia. Em meio a um suspiro olho para segunda metade do gráfico, onde a maior parte espaço está em branco, ou com insignificantes marcas azuladas. Nos últimos seis meses treinei em torno de 130 km, algo que faço normalmente em um único mês. Vieram a lembranças e uma citação que ouvi em uma das palestras do Mário Sérgio Correria. Nem tudo que quero e devo, posso. Nem tudo que posso e devo, quero. E nem tudo que quero é posso, devo. Está é a vida. Um leão todos os dias. Em meios desafios e aquilo que posso, devo ou quero está a corrida. Mais um recomeço. Vamos em frente!

RESENHAS: Revista Runners #155 (parte 1)

Corredor de Verdade Há 99 edições atrás eu havia escrito minha última resenha sobre uma revista. Faz tanto tempo que a revista hoje está sendo publicada por outra editora, mas a sua essência foi mantida. O material está ali para quem está pronto para lê-lo. Para buscar naquelas linhas algo para se inspirar, ou algo para corroborar esta vida de corredor que levamos. A matéria do Fausto fala sobre ser corredor (amador). Vale para o jovens ou master , magro ou gordo, para baixo ou alto, rápido ou lento, que treina muito ou pouco, por estética ou saúde. O que importa é correr. Cada carrega dentro de si o motivo para colocar o par de tênis e desbravar as ruas de onde mora, ou gastar a lona da esteira. Afinal, qual é o seu motivo? Números da Maratona do Rio 29 mil corredores de verdade participaram do evento que possuía 3 distâncias: 42 km, 21 km e 6 km (Family Run). As mulheres preencheram as fileiras nas seguintes proporções: 30%, 53% e 70%. Os números refletem minha per

Seis anos depois...

O post está atrasado. Ele deveria ter sido publicado em março, mas a fase não está ajudando muito. O pouco tempo que me sobra tenho feito a releitura dos posts mais antigos. Está sendo um exercício interessante e me ajudando a manter o contato com algo que além de fazer bem para o corpo, também cuida da mente. Quanto coisa já vivi nestes 6 anos com o tênis. Já tive outonos de diferentes tipos: de caminhante, de corredor intermediário, de quem quer correr meia maratona, de aspirante a maratonista e de quem tá ralando um bocado para não deixar a peteca cair. São tantas histórias, são tantas pessoas... uma viagem fantástica. Não há como abrir mão deste "mini mundo". As fases vêm e vão. Então é preciso suportar, resistir. Manter-se fiel às crenças e dar mais um passo. A virada talvez aconteça na próxima esquina. Boas passadas.

Corrida Social

Na manhã deste domingo tivemos a Corrida Social , com largada nos arredores do MAC, em Boa Viagem (Niterói,RJ). Haviam dois desafios: 4,5 e 9 km. A paisagem invejável da Baía de Guanabara foi um atrativo a mais neste dia chuvoso. Quem se arriscou pegou ao menos uma temperatura amena (para nossos padrões), na casa dos 23ºC. Compartilhe suas experiências conosco no grupo ou na fanpage .

Rebuild

Umas das coisas que mais admiro nesta vida é a possibilidade de mudar as coisas. De desenvolver, criar, crescer. Uma das coisas que mais tenho receio nesta vida é o imponderável, pois ele é a pitada de improvável em nossos planos, mas como diria  Darwin , os organismos mais bem adaptados ao meio têm maiores chances de sobrevivência . E assim vou eu após praticamente cinco meses sem colocar o tênis. Sair hoje cedo (não tão cedo quanto nos velhos tempos) para meu primeiro treino do ano foi muito bom. Não aconteceu nada de novo ou inesperado. Trote leve por quarenta minutos, coração com frequência alta e algumas dores de um corpo há muito abandonado. O céu de outono azulado e sem nuvens era mesmo de outros anos. Os poucos corredores que acordam cedo eram praticamente os mesmos. O que mudou? Tudo, pois a cada passo ficamos mais fortes, mais resilientes e capazes de buscar o melhor para nós e para àqueles que nos cercam. É a busca incansável pelo equilíbrio corpo/mente para viver

Davi e Golias

Nos últimos dias estava pensando na antiga estória de Davi e Golias, onde o pequeno pródigo venceu o gigante. Foi difícil não associar aquela situação a que estou vivendo recentemente, onde fui derrotado por um pequeno mosquito. Sim, ele foi responsável por me derrubar. Sua funda se chama zika . A gente fica fraco, cheio de pintas vermelhas pelo corpo, dor nas juntas e mãos inchadas. Lá se foram 7 dias e... ainda estava meia boca. Ali com 10 dias eu pude dizer que tinha condições reais de voltar a vida normal, sem pintas, inchaços ou dores significativas. Ainda me sinto fraco, mas tenho esperança de tentar um trote durante estes dias de carnaval. Quem sabe no domingo, ou mesmo na segunda. Uma hora tenho que consegui retornar. Olho para o velho companheiro de alvorada saudoso, das cores, cheiros e... da endorfina. Boas passadas.

Há tempos...

Estava analisando meus registros destes quase seis anos como corredor amador e percebi como a virada do ano sempre foi agitada na minha vida. Cada ano teve um motivo para eu não estar treinando neste período. Trabalho, contusões, filhos pequenos, saúde... acho que não falta mais nada. Lá se vão dez semanas sem colocar o tênis para ver a alvorada. Tem feito falta para o corpo e para cabeça. Ao contrário do que você pode pensar, talvez a corrida faça mais bem à cabeça do que ao corpo. Apesar de ser um exercício físico, trata-se de uma grata oportunidade para mente não fazer nada. Nada! Nada realmente, além de trabalhar instintivamente para controlar nosso equilíbrio e respiração. Muitos dizem que este é o momento perfeito para os insights , pois a cabeça está livre das preocupações do cotidiano (ou deveria). Por falar em insights , escrever novamente para o blog é o meu primeiro ato consciente de retorno aos treinos. Como já foi dito por muitos, nós somos o que pensamos . No que