Minha preparação para a Maratona do Rio ganhou tons de
dramaticidade desde a K21 Arraial do Cabo. O número de coisas que começaram a acontecer foi tão grande que durante algum tempo cheguei a pensar que não era uma simples fatalidade. Parecia ter o dedo de alguém interferindo no rumo das coisas. Eu
resolvi escrever sobre este assunto, pois possivelmente você já passou ou
poderá passar por dias como os que estou passando, quando tudo parece conspirar
contra você.
A agenda de projetos do trabalho já dava sinais de que
iria apertar. Muita coisa para pouco tempo. Para complicar, algumas viagens
inadiáveis roubaram preciosas horas de trabalho. Em uma destas viagens para o
interior do estado ainda me expus a temperaturas baixas e voltei com uma baita
de uma faringite. Apenas para ilustrar, os problemas na garganta são o último
estágio antes das minhas crises de asma. Não obstante, eu vivia uma semana de
entrega de projetos no MBA.
Foram quase três semanas de noites mal dormidas, remédios e poucos treinos, que culminaram com um grande susto no último domingo. Eu saí para o longão, como sempre, cedo e em direção à São Francisco. Apesar do ritmo moderado, eu sentia os efeitos das poucas horas de descanso e das combalidas e congestionadas vias áreas. A ida até o Clube Naval foi tranquila, mas na volta o inesperado ocorrera. O músculo da coxa direita começou a doer. Não estranhei, pois eu estava há cinco dias sem fazer absolutamente nada. Reduzi um pouco mais o ritmo para seguir em frente, mas o em frente se limitou ao quilômetro seguinte. O desconforto foi grande demais para seguir correndo e o medo de uma lesão muscular era tão real, que voltei a andar. Ainda faltavam quatro quilômetros para chegar em casa e os vintes poucos minutos se transformaram em uma caminhada de quase uma hora.
O lado bom da história é que tive tempo para analisar os
fatos e perceber que apesar de poderosa, a bruxa só estava tirando proveito de
um momento complicado. Atrapalhou? Claro, mas não foi o suficiente para me fazer desistir. Ela venceu alguns rounds, mas esta batalha só terá sua
conclusão no último round em julho. Uma batalha épica, mas estou confiante e acredito no triunfo.
Como todo bom filme, sempre entra em cena aquele motivo para a virada de mesa. No meu caso foram dois. Na segunda, ainda preocupado com a perna, recebi uma mensagem do compadre Gláucio dizendo que iria me acompanhar na maratona. Humildemente disse que tentaria me acompanhar. Ri, pois ele é quem já correu e terminou uma maratona. Foi o suficiente para criar coragem e encarar o primeiro treino da semana na alvorada desta terça.
Como conseguira dormir cedo, levantei bem e fui para rua. O treino era exatamente o mesmo do final de semana, mas eu estava diferente. Senti um pouco no início, mas aos poucos consegui impor um bom ritmo. Consegui manter a freqüência cardíaca abaixo de 85% da máxima, o que me garantiu força e ânimo para a segunda metade. O segundo motivo foi uma bela obra do destino. Eu estava a beira de desistir do treino e começar a caminhar quando vi a Renata se aproximando. Engraçado que ela disse "Não para!
Continua". Ela não sabe como processei tão bem aquela mensagem, apesar de parar para lhe cumprimentar.

Faltando sete semanas só existem duas coisas a fazer para ficar bem: cumprir com os treinos e dar prioridade para o descanso. Serão semanas de malabarismo com tempo para não comprometer o trabalho e os estudos, mas visando a minha primeira maratona.
Que bom amigo essas pílulas de otimismo para melhorar seus dias. Sem descanso adequado às vezes é melhor partir para um Plano B!
ResponderExcluirabs
Sergio
A estratégia tem sido objeto de reflexão desde de Arraial, meu amigo. Quero muito correr a um pace de 6 minutos/km, mas vamos ver como serão as próximas sete semanas.
ExcluirSe não der, baixamos um pouco mais o ritmo para chegar sem problemas ou dores. É o preço de querer alcançar lugares até inexplorados :-)
Abraços
Você deu foi um belo chute no traseiro dessa bruxa má!
ResponderExcluirFico feliz por minha mensagem ter recebido esse sentido e te impulsionado um pouco mais!
Não para, André! Continua! :)
Obrigado (mais uma vez) pela força, Renata.
ExcluirEste "clube" que acabamos formando na alvorada trás uma energia a mais para enfrentarmos estas "donas malvadas".
Beijos
André,
ResponderExcluirDesejo boa recuperação, bons treinos e boa sorte e maestria em seus "malabarismos" com o tempo e a agenda.
Abraços.
Brunno - http://movidoaendorfina.wordpress.com
Obrigado, Brunno!
ExcluirEsta é a aventura chamada de vida :-)
Abraços
To no estaleiro meu camarada, corri a ponte bichado e agora estou colhendo os frutos (podres). Vou esperar ficar totalmente bom para voltar com tudo. To inscrito na meia maratona. Devo fazer em ritmo jabuti.
ResponderExcluirAbraços,
Victor Caetano
corridaurbana.com.br
Melhoras, meu amigo.
ExcluirRespeite o período de recuperação, pois é muito importante para o virá depois. Lesões mal curadas se tornam fantasmas, assombram e afetam sua confiança.
Abraços
André,
ResponderExcluirFoco nos treinos para prova e força para superar cada obstáculos. Estamos na torcida \o/
abraços e bons km's!!
Helena
correndodebemcomavida.blogspot.com
@Correndodebem
Obrigado pela força, Helena.
ExcluirBoas passadas para ti também :-)