Eu decidi aproveitar o longão de singelos 130 minutos (em ritmo moderado) para encontrar um pace para a Golden Four. Confesso que não estava preocupado em controlar a freqüência cardíaca, mas em descobrir se eu suportaria o ritmo na casa dos 6 minutos. Afinal, da Corrida da Ponte para cá foram poucas semanas e o desejo de reduzir em 17 segundos o pace era ambicioso. Configurei o Runkeeper para cantar o pace médio e o pace do quilômetro a cada 500 metros. Foi o jeito de monitorar minha velocidade e encontrar o ritmo.
Acordei cedo para comer e me arrumar com calma. Engoli o BCAA, uma pouco mais de água e dois CARB UPs dentro da pochete e eu estava pronto para correr. Iniciei o treino às cinco e meia, pois fiquei com receio de sair antes. Mas era cedo o suficiente para evitar o prometido sol e não ter o ritmo afetado pelo calor. A temperatura rodava em torno dos 18 graus e uma neblina abraçava Niterói, cenário perfeito para quem iria enfrentar no mínimo 20 quilômetros. Mantive os primeiros 10 minutos de aquecimento, fingindo enfrentar a muvuca da largada. A moça do Runkeeper cantou o pace 6'45". Bem apropriado. Foi bom para acordar o corpo. Rapidamente passei pelo túnel velho em direção a São Francisco e segui para Jurujuba até alcançar o Fortaleza de Santa Cruz. Queria ver o mar aberto, mas o forte nevoeiro que cobria toda orla não me deixou mais que uma faixa de mar para apreciar. Como não fui passear, fiz a volta.
A maior parte do tempo consegui manter a respiração 3 por 3, a FCM pouco abaixo dos 85% e o pace na casa dos 5'50", salvo nas ladeiras. Que ladeiras. Na ida: subida para Jurujuba, do Pier 31 para o ponto final da linha 33, dali para a Praia de Adão e Eva e a última já dentro da área do Forte. Na volta: da praia de Adão e Eva para Jurujuba, dali para o Pier 31 e finalmente a volta para Charitas. Como cheguei com sobra de tempo em São Francisco decidi voltar pela Fróes, a cereja do bolo. Mas a animação era tão grande que atravessei esta última pirambeira numa boa. Daí foi seguir para casa.
Avaliação final. As pernas começaram a pesar no Km 15, mas felizmente não perdi muita velocidade. A passagem pela Fróes teve um lado positivo, pois o excesso de esforço naquele trecho me deixou mais veloz quando a corrida voltou para o plano. Completei 21.097 metros com aproximadamente 2 horas e 3 minutos, simplesmente 12 minutos mais rápido que na Corrida da Ponte! Fiquei animado para realizar a G4 em menos de 2 horas, pois mesmo o Elevado do Joá não faz o percurso da Meia Maratona tão complicado quanto a orla de Niterói. Assim, curti a saideira e fechei o treino com pouco mais de 25 quilômetros. Salvo engano, o maior e mais intenso longão que já fiz.
Os exercícios para os membros superiores e para a região abdominal trouxeram mais estabilidade e menor gasto de energia na corrida.
NOTA DE ÚLTIMA HORA
Com a transferência da Golden Four Asics para o final de julho, ganhei 4 semanas para treinar. Com esta nova janela para treinar, terminar a prova abaixo de 2 horas começa a se tornar real e não tão absurdo.
2600 KM DEPOIS...
Tanto asfalto já foi deixado para trás e junto com ele muito suor, estresse, cansaço, medos e dores. E em troca de tanto esforço e dedicação fui presenteado com saúde mental e física. Daria para escrever um parágrafo com as vantagens, mas as últimas palavras são mais que suficientes. A imagem da campanha da Asics é a mais perfeita representação do que estou tentando lhe dizer. Quando a vi há dois anos e não tinha noção quão verdadeira aquela imagem era. A minha fidelidade aos calçados talvez ultrapasse a grande qualidade dos tênis produzidos pela empresa, mas pela afinidade a sua filosofia com a corrida de rua.
Esta nova condição de vida é um processo de introspecção. Cada indivíduo é afetado de uma maneira, assim é difícil explicar como a transformação acontece. A única coisa em comum em todos que se propõem ao desafio é o resultado. Somos loucos, sorridentes e endorfinados :-) Os limites ganham subjetividade, pois automaticamente procuramos formas de como ultrapassá-los desde as primeiras caminhadas. Aprendemos a caminhar, depois a trotar, correr e correr muito. O mais fantástico é que independente do nível em que você se encontre, você não deixará de praticar nenhuma dessas modalidades de corrida, graças aos intervalados, longões e tempo runs da vida.
Executar esta atividade de forma planejada faz com que os desafios fiquem menos assustadores e nossa capacidade de encontrar soluções parece aumentar, na mesma proporção em que os quilômetros são vencidos dia após dia. Até poucos dias sempre considerei uma insanidade correr uma maratona, até que meu compadre Glaucio me enviou um post. Tratava-se do relato de um brasiliense que debutava em maratonas. Foi uma das mais emocionantes histórias de superação que li desde que me entranhei neste mundo esportivo. Agora sou eu que quero vencer estes 42.195 metros. Imitar o soldado grego e chegar ao meu destino (vivo)!
É o tipo de exercício que estimula a mente. Que te faz reinventar a vida. Que extrapolando para o cotidiano trás benefícios maravilhosos para sua vida em família e profissional.
Boas passadas!
Acordei cedo para comer e me arrumar com calma. Engoli o BCAA, uma pouco mais de água e dois CARB UPs dentro da pochete e eu estava pronto para correr. Iniciei o treino às cinco e meia, pois fiquei com receio de sair antes. Mas era cedo o suficiente para evitar o prometido sol e não ter o ritmo afetado pelo calor. A temperatura rodava em torno dos 18 graus e uma neblina abraçava Niterói, cenário perfeito para quem iria enfrentar no mínimo 20 quilômetros. Mantive os primeiros 10 minutos de aquecimento, fingindo enfrentar a muvuca da largada. A moça do Runkeeper cantou o pace 6'45". Bem apropriado. Foi bom para acordar o corpo. Rapidamente passei pelo túnel velho em direção a São Francisco e segui para Jurujuba até alcançar o Fortaleza de Santa Cruz. Queria ver o mar aberto, mas o forte nevoeiro que cobria toda orla não me deixou mais que uma faixa de mar para apreciar. Como não fui passear, fiz a volta.
A maior parte do tempo consegui manter a respiração 3 por 3, a FCM pouco abaixo dos 85% e o pace na casa dos 5'50", salvo nas ladeiras. Que ladeiras. Na ida: subida para Jurujuba, do Pier 31 para o ponto final da linha 33, dali para a Praia de Adão e Eva e a última já dentro da área do Forte. Na volta: da praia de Adão e Eva para Jurujuba, dali para o Pier 31 e finalmente a volta para Charitas. Como cheguei com sobra de tempo em São Francisco decidi voltar pela Fróes, a cereja do bolo. Mas a animação era tão grande que atravessei esta última pirambeira numa boa. Daí foi seguir para casa.
Avaliação final. As pernas começaram a pesar no Km 15, mas felizmente não perdi muita velocidade. A passagem pela Fróes teve um lado positivo, pois o excesso de esforço naquele trecho me deixou mais veloz quando a corrida voltou para o plano. Completei 21.097 metros com aproximadamente 2 horas e 3 minutos, simplesmente 12 minutos mais rápido que na Corrida da Ponte! Fiquei animado para realizar a G4 em menos de 2 horas, pois mesmo o Elevado do Joá não faz o percurso da Meia Maratona tão complicado quanto a orla de Niterói. Assim, curti a saideira e fechei o treino com pouco mais de 25 quilômetros. Salvo engano, o maior e mais intenso longão que já fiz.

NOTA DE ÚLTIMA HORA
Com a transferência da Golden Four Asics para o final de julho, ganhei 4 semanas para treinar. Com esta nova janela para treinar, terminar a prova abaixo de 2 horas começa a se tornar real e não tão absurdo.
2600 KM DEPOIS...
Tanto asfalto já foi deixado para trás e junto com ele muito suor, estresse, cansaço, medos e dores. E em troca de tanto esforço e dedicação fui presenteado com saúde mental e física. Daria para escrever um parágrafo com as vantagens, mas as últimas palavras são mais que suficientes. A imagem da campanha da Asics é a mais perfeita representação do que estou tentando lhe dizer. Quando a vi há dois anos e não tinha noção quão verdadeira aquela imagem era. A minha fidelidade aos calçados talvez ultrapasse a grande qualidade dos tênis produzidos pela empresa, mas pela afinidade a sua filosofia com a corrida de rua.
Executar esta atividade de forma planejada faz com que os desafios fiquem menos assustadores e nossa capacidade de encontrar soluções parece aumentar, na mesma proporção em que os quilômetros são vencidos dia após dia. Até poucos dias sempre considerei uma insanidade correr uma maratona, até que meu compadre Glaucio me enviou um post. Tratava-se do relato de um brasiliense que debutava em maratonas. Foi uma das mais emocionantes histórias de superação que li desde que me entranhei neste mundo esportivo. Agora sou eu que quero vencer estes 42.195 metros. Imitar o soldado grego e chegar ao meu destino (vivo)!
É o tipo de exercício que estimula a mente. Que te faz reinventar a vida. Que extrapolando para o cotidiano trás benefícios maravilhosos para sua vida em família e profissional.
Boas passadas!
Eu te vi! rs Quase gritei: "OIIIIIIIII, ANDRÉ E O TÊNIS!", mas fiquei com vergonha! rs
ResponderExcluirTe vi lá em São Francisco. Acho que você já estava voltando. Foi na hora que estava começando aquele evento Fun and Run.
Bem, eu, há um mês mais ou menos, escrevi um comentário perguntando se você conhecia algum médico especialista em medicina do esporte em Niterói por conta de dores na minha canela.
Fui num ortopedista comum mesmo e a ressonância constatou que já é fratura por estresse na tíbia, acredita?
Foi um balde enorme de água fria.
Mas sigo te lendo!
Abraços.
Renata
Lembro de você, Renata :-) Iria ser engraçado.
ExcluirInfelizmente é uma lesão que ocorre mais do que qualquer pessoa gostaria. Tem a ver com a forma como pisamos com o calcanhar. A parte boa é que tem cura e daqui a pouco você estará desbravando o asfalto da orla de Niterói também.
Reforço que iniciar às vezes é muito difícil e orientação pode ser a melhor saída. Estamos cercados por boas assessorias. Talvez seja interessante considerar esta opção para que a corrida lhe traga mais prazeres do que dores.
Obrigado por acompanhar este humilde espaço. Desejo a você uma pronta recuperação (aposto que no máximo 3 meses se for boazinha e obedecer ao tratamento).
Abraços
André
André, Ótimo vídeo. Realmente é difícil explicar o que é corrida de rua para aqueles que ainda não estão viciados no esporte! Quem sabe um da consigamos achar um jeito de explicar...
ResponderExcluirAbraços,
Bruno
improvavelcorredor.blogspot.com
Antes de mais nada preciso dizer que sou fã dos seus textos. Como as vezes uma ação vale mais que mil palavras e continuo correndo, meu amigo.
ExcluirEstes marcos a cada 100 Km sempre me remetem a reflexões ao desempenho. E vez outra acabam se tornando bandeira para dizer aos amigos (novos e antigos) que correr serve para qualquer um. A única habilidade que alguém precisa ter (e não é especial) é a atitude. O resto, damos jeito... todos nós.
Obrigado pela vista.
André
Muito bom seu texto. Eu sou praticamente uma novata em corridas mas acho que além dos imensos benefícios físicos que a corrida tras o que mais me atrai é a capacidade de superação de ir quebrando nossos próprios limites, de encarar os desafios com muito mais humor e coragem. Boas passadas pra vc também.
ResponderExcluirNa próxima vez divulge seu espaço :-) Adorei seu post. Me fez lembrar da Adidas Inverno 2010, minha primeira prova de 10 Km.
ExcluirObrigado pela visita e parabéns pelo pódium na estréia!
André.
Parabéns André! A maratona vai ser um ótimo desafio para você! Hoje meus limites são definidos por minhas vontades! O impossível não existe, existe o que você quer fazer e o que você não quer fazer! VQV... estarei na meia da Asics no Rio de Janeiro, quem sabe nos conheceremos pessoalmente por lá!
ResponderExcluirAbs
Legal, Claudio. Vamos tentar nos encontrar! Depois trocarmos os contatos por email. Criei o andreeotenis@gmail.com justamente para estas situações :-)
ExcluirAbs