A noite era para comemorar o tricampeonato do Flamengo, mas seria impossível não falar de corrida. Sempre houve um pacto informal entre este que vos escreve e o Glaucio, padrinho do meu casamento e da corrida. O cara que me convenceu a correr minha primeira meia maratona, depois minha primeira prova off road e por fim uma tal maratona. Eu confessei ao Glaucio a dificuldade que estava enfrentando para manter o ritmo dos treinos nesta reta final do ano. Era um mix de justificativas que iam desde o excesso de trabalho, afazeres domésticos, os sábados estudando, à vontade de curtir um ócio para descansar a cabeça da dura rotina. Ele tentando me consolar disse que o pós maratona dele foi muito parecido. Nada fazia sentido depois de tanta dedicação e quilômetros rodados. O desafogo dele foi a bicicleta. O meu tem sido a diversidade. Tem dias que eu corro, outros eu nado, ou vou para o Tai Ji Chuan. É assim que a senhora chinesa escreveu no folder do projeto social. Assim, faço das tripas coração e tento cumprir com os tais três dias de atividade por semana.
A novidade nesta inusitada rotina foi a inclusão da musculação. Ela. A chata. Que nem durante a preparação para a maratona me submeti. Optei pelos exercícios funcionais e fugi do treino sob quatro paredes, mas minha hora chegou.
Estes primeiros dias estão sendo de adaptação, sem uma série ainda definida e um instrutor que perturba para que antes de puxar o ferro eu faça um pouco de esteira. Se eu tivesse visão de calor, ele teria virado churrasco. Se eu quisesse correr, eu o faria na rua - pensei. Esteira? Tentei achar ânimo em algum lugar dentro de mim. Cinco minutos e só, ele disse. Para aquecer.
Fui para aquele salão com setenta e dez zilhões de esteiras. Escolhi uma e liguei. Coloquei em meu ritmo de aquecimento e fiquei olhando para o visor do equipamento. Muitos botões. Conexão para iPhone. Será que minha cinta do Garmin funcionaria com a esteira? Olhei a minha volta. Gente com fone de ouvido. Lembro deste tempo. Televisão? Noticiário! Na outra novela. Pessoal doido. Será que conhecessem tv a cabo? Olho para o nada e os ouvidos percebem uma música. Música eletrônica. Boa. Me lembrou outros tempos com meu mp3 da Sony. O ritmo ajuda. Olho para a esteira e vejo que os cinco minutos estavam acabando, mas algo adormecido luta e gritava dentro de mim. Escravo do meu instinto, levei o dedo até a seta para cima (a do acelerador da esteira) com um único pensamento. Meia hora com o pace de maratona para desenferrujar. Depois eu vou malhar.
Estou voltando :-)
Boas passadas!
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