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E lá se foram 5.000 km

Calma. Não sou ultra maratonista. Não sou um destes super humanos. Estes 5.000 km são resultado de muita disciplina, dedicação e de amor a um esporte há tempos preterido. Sim, pois cresci nas piscinas por conta da bronquite e me diverti nas quadras e areias com vôlei. O basquete também ocupou muito do meu tempo e o futebol apenas com amigos muito pacientes, ou no gol.
A corrida foi resultado da falta de tempo e da pança que começava a crescer. Sempre fui magro, mas a pança... a danada da pança. Chegou a um ponto em que minha esposa ficava brincando como se fosse uma bola de cristal, enquanto assistíamos TV. Levei para o coração, claro.
Esta estória começou no estacionamento do condomínio em que morávamos. Se estendeu para as ruas em volta, até que eu já tinha disposição para ir e voltar do Horto Botânico de Niterói. Com o tempo, novas distâncias. A orla de Niterói vira minha companheira. Descubro que não sou um pária quando descubro que meu compadre Glaucio praticava a corrida. Logo em seguida as primeiras provas. Novos amigos. Muitas experiências. Novo estilo de vida.
A transformação foi tão gradual que quando percebi já treinava para uma maratona. Meu primeiro treinador. Desafio pesado, mas que valeu a pena. Uma lição para a vida sobre vontade e resistência. De tão emocionante, hoje ainda fico com os olhos marejados. Depois desta "viagem à lua" me perdi, mas rapidamente me reencontrei, pois correr depois de um tempo não depende de desafios, pois a vida já lhe impõe barreiras. Correr passar ser o espaço de tempo dedicado ao auto-conhecimento. Ao lazer. Ao pensamento.
Quando comecei a correr me coloquei como meta não desistir antes de correr o equivalente a uma viagem de carro de Niterói até Recife. Na porta da minha casa de infância. Corri, corri e corri, até que cheguei. Achei tão legal a idéia que resolvi correr a distância de volta antes de pensar em parar. Quando achei que a viagem estava chegando ao fim, decidi que deveria seguir em direção ao sul do país. Mais especificamente Florianópolis, onde passei ótimas férias e voltaria a qualquer hora para ver como a ilha paraíso está. Atualmente estou chegando nas proximidades de São José dos Campos. Ainda tem chão até Floripa, mas o que importa se for para dizer que preciso continuar correndo?
E você? O que te movimenta?
Boas passadas!

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