Desse março de 2010 consegui me manter
saudável e corri dezenas de provas, dos 5 aos 42 quilômetros, me fazendo em
alguns momentos de treinos específicos (ladeiras, areia ou cross) e funcionais
para fortalecimento muscular. Por conta das coisas da vida acabei me
descuidando e em fevereiro de 2014 sofri minha primeira lesão muscular.
Amarguei oito semanas no estaleiro. O corpo parou, mas a cabeça girava.
Hipóteses para a lesão orbitavam sem parar, até que uma teoria se firmou: a
culpa foi o enfraquecimento da musculatura.
A certeza e a frustração eram tanta que
em poucos dias eu já tinha ido a um médico (por conta do atestado) e me
matriculado em uma academia. As primeiras semanas foram de total dedicação. Até
esteira fiz para reduzir o impacto na panturrilha neste jumento de treinada. É
sabido que o estresse provocado na musculatura é muito maior na corrida de rua.
Mas não consegui negar minha natureza. Eu não gosto da rotina de academia e
para piorar o horário concorria com a rotina com meu filho.
Rapidamente outras coisas (qualquer
outra coisa na verdade) ganharam prioridade e em maio (ou junho) eu não
frequentava mais a academia. Apesar de não sentir mais dores, apenas no final
de julho (quase 14 semanas sem treinar direito), entre idas e vindas voltei a
rotina de treinos. Gradativamente fui recuperando o ritmo e fiz algumas provas
de 5 km e logo depois de 10 km. Uma delas foi a terceira etapa da Athenas,
quando corri abaixo de uma hora. Logo depois, apesar do calor, melhorei o
tempo na Run The Night e comecei a sonhar com 10 km em 55 minutos.
Durante este novo ciclo de treinos,
senti a outra panturrilha em meados de dezembro. Enquanto me recuperava da nova
lesão, vi o ano acabar e metade de janeiro passar. Foi tempo suficiente para
reavaliar tudo que estava fazendo e cheguei a algumas conclusões: (1) usei o
Asics Neo Geo 33 além do que deveria. Apesar de esteticamente inteiro, rodei
mais de 1.200 km com ele, quando não deveria passar de 800 km. Ainda mais que
ele possuía menos amortecimento que o Kayano. Foi praticamente autoflagelação.
Eu sentia o desconforto muscular, mas não achava que problema era o sapato
velho. Culpei o cansaço e o pouco alongamento após os treinos; (2) os
treinos, por sinal, podem ter corroborado para a lesão. O aumento de
intensidade para baixar o tempo pode ter sido crucial, pois o esforço foi além
do que o corpo poderia suportar sem a ajuda do tênis adequado; (3) o repouso
também foi um item, pois inúmeras vezes treinei após noites com menos de seis
horas de descanso; (4) por fim, o alongamento. Nunca mais serei negligente com
o alongamento. Faz muita diferença, pois evita dores musculares e o
encurtamento das fibras.
Resumindo, um ano como nenhum outro
antes experimentado. Paguei uma academia que não fiz e ainda deixei de fazer os
treinos funcionais que já estava acostumado a fazer. Com a grana que gastei com
a academia, deixei de comprar um Kayano e no final o problema estava justamente
no tênis. Irônico, mas parte da vida.
Mais do que nunca ficarei atento a
quilometragem do calçado. Cada um tem suas peculiaridades. As minhas são o
tênis e os exercícios funcionais.
Quais são as suas?
Boas passadas.
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