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Sempre há o que se comemorar

Na Runners deste mês (edição 47) tive o privilégio de conhecer duas grandes histórias de superação. Talvez os 41 anos recém completados tenham me deixado ainda mais mole, mas sou fã dos happy ends. Uma vez ouvi "Se você não está feliz é porque a história ainda não chegou ao fim". Como toda boa trama teremos a apresentação do cenário, o desafio e o clímax, onde o personagem principal será levado a superação de seus limites.
Foi o que eu vi na história do Cláudio, que iniciou sua história de corredor com mais de 180 Kg e em pouco mais de dois anos perdeu mais de 70 Kg com a corrida, escapando da tal cirurgia de estômago. Outra que foi de arrepiar foi a história do Zé, que vendeu CINCO MIL PICOLÉS para correr a Meia Maratona de São Paulo. Espero que o Sérgio Xavier, do Blog Correria, consiga notícias desta alma de coração grande.

E falando em emoção, hoje comemoro meu quadragésimo primeiro inverno. Feliz por ter encontrado na corrida uma ótima ferramenta para vencer medos e minha asma, digo, ter uma mente mais equilibrada e um corpo mais saudável.

OS TREINOS
Há um mês eu saí para fazer o mesmo treino leve de 40 minutos. Eram os primeiros passos nesta jornada de reaprendizado. Ficou feliz por ter sido fiel a planilha (uma vez mais) e descobrir que nos mesmos 40 minutos corri 500 metros a mais. O pace caiu em quase 30 segundos e a FC aumentou muito pouco.
Esta semana está sendo de regenerativos, para a recuperação muscular. Quase como a calmaria absoluta antes da guerra. Os intervalados das próximas semanas serão ainda mais intensos.

CARAMINHOLAS 
A questão é com relação ao meu peso e a oscilação na balança nas últimas semanas. A dúvida é se o sobe e desce no ponteiro da balança foi por conta da queda de intensidade dos treinos, ou do desenvolvimento muscular. Era sabido que a redução do volume de treinos queimaria menos calorias, mas a inclusão dos exercícios funcionais fora feita justamente para compensar, enquanto eu não renegociasse o tamanho das refeições. São séries de flexões, abdominais e alongamento ao final de cada treino para fortalecer o core e garantir mais equilíbrio neste momento de desenvolvimento de uma passada mais técnica. É certo que estou ganhando força, pois as dores musculares e o aumento de velocidade me dizem isso. Mas a pergunta é se junto com o ganho de massa magra não estou "ganhando" uma massa indesejada.

MAIS UM POUCO SOBRE A TAL PISADA COM O MEIO DO PÉ 
Um amigo me procurou NA ENCOLHA para conversar sobre pisada, pois não é a primeira vez que lê um texto com alguém sugerindo que pisar com o meio do pé é melhor do que pisar com o calcanhar. Ele me perguntou sobre por que pisar com o meio do pé, já que todos os tênis possuem  amortecimento no calcanhar e reclamou também sobre os preços altos do tênis de corrida. Respondi mais ou menos assim: "É uma opinião unânime de especialistas que hoje precisamos dos tênis com amortecimento, pois simplesmente não sabemos mais pisar direito. A civilidade cobrou seu preço. Esquecemos a forma natural de pisar, pois não andamos mais descalço. A questão não é de pisar certo ou errado, mas da forma mais adequada para o indivíduo. É claro que desenvolver a pisada com o meio do pé trará melhor desempenho (diz-se velocidade), mas na minha humilde opinião não deve ser uma preocupação para quem está no nível iniciante. Eu considero esta "transformação" algo para os corredores de nível intermediário, visto a complexidade e esforço muscular.
Falo por mim, pois apenas depois de dois anos e meio (é claro que você pode chegar neste nível em menos tempo) cogitei fazer um trabalho específico de pisada. Envolve muito auto-conhecimento. Porém, acho que dificilmente abandonarei os tênis com amortecimento, pois "acertar" a passada é uma mudança de hábito muito grande. Seria como pedir para um jogador de basquete destro arremessar apenas com a mão esquerda. Outro detalhe importante. Se você, como eu, tem mais de 90 Kg (reforço, ou for um iniciante), recomendo que NÃO PARE DE USAR os tênis com amortecimento. As consequências podem não ser nada boas, tais como: canelite, fascite plantar, fraturas por estresse, inflamações e lesões musculares. Todas as opções lhe obrigarão a parar de correr para devido tratamento. Mas se resolver fazê-lo, procure um profissional para orientá-lo. Como não vivemos DA corrida, mas PARA a corrida, continue com o seu tênis com amortecimento, mom ami! Quanto aos preços dos tênis. A edição deste mês da Revista Runners mostrou ótimas dicas para se comprar tênis por preços melhores. Vale a leitura :-)"
Boas passadas!

Comentários

  1. Fala André, tranquilo?!
    Seu blog é sempre muito bom, parabéns!
    Rapaz, eu daria uma resposta totalmente diferente ao seu amigo. Se ele está começando nada melhor do que iniciar da melhor maneira, pois mudar depois será muito mais difícil. A questão da performance é o de menos e não está comprovada vantagem para um ou outro método, a grande vantagem do tênis sem amortecimento é evitar contusões. o peso do indivíduo não é relevante. A corrida com tênis sem amortecimento causa uma sobrecarga muito menor ao organismo que a pisada com calcanhar em tênis com amortecimento. Diria, então, que para um indivíduo pesado faz até mais sentido a mudança. Há diversos estudos acadêmicos mostrando impacto menor com a pisada com o meio do pé, que ocorre naturalmente quando se tira o amortecimento do calcanhar. E não há nenhum estudo que mostre qualquer benefício com o uso de tênis tradicional...
    Mas é claro que não está nada totalmente comprovado. No meu caso, entretanto, existe uma relação que já comprovei. Se eu uso o Nike Vomero, no dia seguinte tenho fascite. Se uso tênis minimalista, não sinto nada.
    abs
    Sergio
    corredorfeliz.blogspot.com

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    Respostas
    1. Sérgio, meu amigo.
      Obrigado mais uma vez pelos elogios, pois tenho sua opinião em alta.
      Concordo com você que seria ótimo para o debutante iniciar os treinos com a pisada correta, mas infelizmente ele não chegou a corrida sem os vícios da corrida. Definitivamente ele já passou no mínimo pelo futebol, pois a maioria esmagadora dos brasileiros não sonha em ser um corredor. Normalmente ele começa a correr por impulso, sem instrução ou técnica. Veja a quantidade de gente que se lesionar por causa do movimento de pisada errado, ou tênis inadequado. O brasileiro é metido a auto-medicação e acaba se estrupiando.
      Quanto a corrida sem amortecimento causar menos lesões, acho que esta está condicionada a panturrilhas e posteriores fortes. Lembra da minha bursite no quadril? Eu corria com um tênis com menos amortecimento e minha pisada dependia demais do calcanhar. Gracas a Deus consegui compreender a lesão, curá-la e mudar meu jeito de correr. Ainda não estou lá estas coisas. Acho que não termino 10K correndo com o meio do pé.
      Se o iniciante tiver orientação, acredito que ele começaria com um tênis com amortecimento, mas o largaria a médio prazo sem problemas.
      A causa raiz é a falta de conhecimento.
      Obrigado pela opinião, pois precisei de metade do dia para lhe responder. Foi uma ótima reflexão que me proporcionaste.
      Abs
      André

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  2. Oi André!
    Parabéns pelo aniversário!!Que a vida lhe seja sempre repleta de boas realizações,muita saúde e ótimas corridas, rsrs.
    Sobre o post... depois de ler inúmeras matérias também comecei a realizar "tentativas" de pisar um pouco mais com o centro do pé durante a corrida mas,já vi que é um processo longo, as panturrilhas reclamam e o que vc falou é bem coerente, tem de ter muita consciência corporal para não acabar "ganhando" uma lesão.
    Abraços!

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    Respostas
    1. Obrigado pela lembrança, Alessandra. Mas fazendo uso de um velho ditado: antes tarde do que nunca.
      Aprender uma nova pisada é minha única chance de continuar correndo. O impacto da pisada tradicional é falta para minha articulação do fêmur com a bacia.
      Boas sorte em sua empreitada e boas passadas!
      André

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  3. Parabéns pelo aniversário! Pisada natural é algo que vem me encantando. Passos curtos, com a parte anterior do pé vem me salvando de lesões e me fazendo continuar em momentos que antes não conseguiria. O treino intervalado contribuiu muito, mas atribuo a técnica de passada o meu atual diferencial em relação aos amigos que treinam comigo. Tanto que aderi ao Minimus MT10, 4mm de inclinação, solado fino e bem leve. Realmente não é pra todo dia, exige muito da panturrilha e já senti incômodos estranhos, talvez pela técnica errada ou por pura neura. Mas é inegável que os treinos com ele são mais rápidos. Estabilidade, agarre, ou será só fruto da minha atenção? Funciona... Em tempo meu problema é parar a perda de peso e os treinos com o MT10 tem sido curtos, 5k no máximo. Se não me engano o blogueiro Joel, andou usando five fingers, não lembro o resultado.

    Continue com os relatos! É a primeira vez que comento mas acompanho fielmente. As dicas vindas dos blogs tem sido essenciais pra melhora no treino. Por sinal estou atrás de dicas de suplementação alimentar...
    abraço

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    1. Felipe,
      Fico feliz que o assunto tenha lhe motivado a escrever. Eu preciso dizer que VOCÊ sou EU amanhã. Acredito no potencial dos minimalistas, mas sei que preciso me preparar para eles. Eu correlaciono a passagem dos tênis tradicionais para o minimalista com o desenvolvimento de um nadador. Todo mundo começa com o estilo livre e em algum lugar no futuro chega ao borboleta.
      Emagrecer demais já foi um problema no passado. Apelei até aos hiper calóricos, mas o que resolveu a questão foi a alimentação em curtos intervalos. Sei que no trabalho é complicado, mas o povo já se acostumou a me ver comendo maçãs e bananas no meio do expediente. Isso me ajudou até a almoçar melhor, como menos massaroco (o que enche) e dar oportunidade para legumes e verduras. O orgulho de qualquer nutricionista.
      Boas passadas!
      André

      Excluir
  4. Achei o link do Joel, lá tem outros atalhos para relatos de corrida descalça:

    http://corredordisciplinado.blogspot.com.br/2011/04/vibram-five-fingers-kso-testando.html

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