Um banho frio para acordar, uma tigela de sucrilhos para acalmar a barriga, roupa, documentos e bora para o carro. Enquanto atravessava a ponte lamentava por ter esquecido a braçadeira. Iria fazer a corrida sem o Runkeeper. Em meio aos impropérios que eu proferia, o Eric me ligou para saber onde eu estava. Respondi que estava atrasado e atravessando a ponte. Lembrei que tinha combinado de encontrar a Renata, companheira de blog, para tirarmos ao menos uma foto. Lembrei do resto da galera toda... suspiro.
Com a perimetral parada (acidente), o jeito foi atravessar lentamente a Presidente Vargas. O coração já estava acelerado, pois passavam das sete e meia. A preocupação com a largada começava a me incomodar. Eram quinze para às oito quando estacionei o carro. O aquecimento foi feito numa corrida até o local da prova.
A sorte me fez achar o Eric e ainda conseguimos trocar uma idéia e tirar algumas fotos, depois que peguei o chip e "guardei meus volumes". A baia de largada já estava lotada, assim assistimos a multidão passar para depois seguirmos quase dez minutos depois.
Slalom gigante. Era muita gente mais lenta a minha frente, mas o errado era eu. Eu não deveria estar ali. Agitado, terminei o km 1 em 4'11", mesmo tendo que fazer muitas ultrapassagens e zigue-zagues. O corpo iria reclamar mais para frente com certeza. Reduzi o ritmo para fechar o km 2 perto de 9'00". Veio o primeiro ponto de hidratação e passei ileso e sem atropelar ninguém. Tomei coragem e olhei para o monitor, que marcava 97% da FCM! Me assustei e perdi um pouco o ritmo. Tentei esquecer o fato de que o esforço estava maior que o planejado e recobrar o ritmo de prova.
O percurso era estranho e o retorno só aconteceu com 2.700 metros de prova e por cima do gramado que separava as pistas. Ficou meio confuso ali, mais fechei o km 3 com 14'11". Estava um pouco acima do ritmo planejado e nem a água no segundo ponto de hidratação ajudou a alcançar o ritmo planejado. As duas semenas mal dormidas e mal treinadas bateram como kriptonita no km 4, que fechei com quase 19'40" (uns 5'30" neste quilômetro). Eu estava em ritmo de meia maratona, tamanho o cansaço. Fui para o último quilômetro com os dentes trincados e o coração na garganta. Esqueci os fotógrafos, esqueci o monitor, esqueci meus limites conhecidos para fechar com 24'24", quatorze segundos além do meu recorde pessoal. Mas eu estava feliz, afinal a média foi inferior a 5 min/km. Não era o desejado, mas o esperado.
Enquanto aguardava pela massagem olhei espantando para o monitor cardíaco, que registrou uma máxima de 105% da FCM. A discussão sobre a exatidão da fórmula de Karvonen em pessoas treinadas voltou a me incomodar. Saber com exatidão minha FCM trará efeito direto nos treinos para a maratona.
Ainda pude bater um papo com o Eric após a prova para descobrir que o aspirante a corredor melhorou sua marca pessoal em incríveis QUATRO MINUTOS. E foram poucas semanas de treino desde a Adidas Verão! Tem futuro :-)
Ele já me confessou que completará a mandalá do Circuito das Estações e que inclusive já se escreveu para a etapa Outono no início de março! Só tenho a lhe dizer parabéns, pois quem sairá ganhando com tamanha dedicação é você, meu amigo.
Algumas fotos depois ele foi embora. Ainda rodei um bocado em busca dos amigos, mas não tive sorte. Arrumei as coisas e tomei rumo para casa já com o planejamento para a K21 Arraial do Cabo e a Maratona do Rio na cabeça.
Avaliação da prova. Como toda prova da O2, a retirada do kit, do chip e guarda volumes são extremamente organizados. A largada segue ao ritual de um nível razoável, pois os participantes pouco ajudam para ser melhor. A camiseta regata é muito confortável, mas não parece que vai durar muito. A medalha muito bonita e as frutas de boa qualidade. A surpresa foi a ausência do isotônico e a presença de uma bebida de gosto duvidoso em seu lugar de coco e manga - blargh! Mas patrocínio é patrocínio. A partir de agora vou verificar este item nas corridas com mais atenção.
Afinal, qual a minha FCM? Fiz o check up com o cardiologista na última semana e fui liberado sem restrições para continuar correndo. Como ainda vou retornar para apresentar o exame de sangue, tentarei conseguir um encaminhamento para um teste ergoespirométrico.
Muito bom o relato. O Início do dia foi emocionante!!
ResponderExcluirParabéns
Japarun,
ExcluirEu sempre gostei de chegar com antecedência aos eventos, seja para fotografar, encontrar os amigos, fazer um aquecimento decente... coisas do tipo.
Deve ter sido o efeito férias.
Obrigado pela visita e pelo elogio.
Abraços.
O que é aquela bebida de coco com manga, André? Argh mil vezes!
ResponderExcluirEu sou bem chata com horário, mas também não contava com o acidente na perimetral...
Mas a gente tem várias outras corridas para conseguirmos nossa foto! :)
E, olha, esse tempo de 24'24'' para mim não é nem de corrida, mas de voo! rs
Parabéns mesmo!
Oi, Renata.
ExcluirMinha mãe diz que se não podemos falar bem de alguém é melhor não dizer nada... mas não deu. Que bebidinha terrível!!!
Quanto a foto, uma hora ela sai. Até pelo calçadão de Icaraí ou São Francisco. Quem sabe?
O tempo é fruto dois quase 3 anos de treinos. Nada demais. A corrida é um esporte muito honesto e sem atalhos. Colhemos o que treinamos :-) Lembro saudosamente da minha primeira prova de 6 Km e o quanto já corri de lá pra cá. Mas é assim. Cada passada ganhamos força, velocidade e muita, mas muita alegria. Ô! esporte maravilhoso este!
Segue o link do post para você ver como eram as coisas há 3 anos atrás. http://andreeotenis.blogspot.com.br/2010/07/treino-e-treino-corrida-e-corrida.html
Abraços.
Boa André, feliz por vc conseguir RP. Na última da Adidas, verão, peguei um engarrafamento na perimetral que tive q aquecer entre o estacionamento e a largada. É bem estressante isso. Esse suco de manga com coco é uma titica, já tive o desprazer de beber em 3 corridas e olha que fui insistente em tentar gostar, mas é complicado.
ResponderExcluirGrande Abraço
Victor Caetano
corridaurbana.com.br
Três corridas?!? Você é o meu herói, Victor.
ExcluirAbs