As últimas semanas foram dedicadas a treinos de velocidade. Não sei o quanto ganhei com os treinos, mas vou animado para o Aterro do Flamengo.
Seguindo o velho ritual usei o sábado para recobrar as energias, depois de mais uma semana intensa no lado profissional. Aproveitei para conhecer o Mizuno Challenge 2012, um reality show de (e para) corredores. Foi um ótimo artifício para ficar de pernas para cima, apesar das regras não ficarem muito claras nos pequenos vídeos semanais dos episódios. O resto do tempo eu revisava mentalmente os treinos e analisava minhas reais chances de superar o André de 2011, que depois de um verão de treinos intensos fechou os 5 km da Eco Run em 24’35”.
Veio o sono.
Ainda estava escuro quando levantei para tomar o café e me arrumar. Por volta das seis eu saía de casa. Um pequeno desvio para pegar minha amiga Marta antes de seguir para o Rio. Mulher forte. Se um dia ela permitir, contarei sua história.
Chegamos cedo. Foi fácil estacionar. Em meio a volta para reconhecer o local, o Eric chegou. Assim, eu e meus amigos debutantes pegamos o chip e deixamos as coisas no guarda volumes. Faltando 20 minutos para prova nos separamos, pois fui fazer meu aquecimento. Um trote de 5 minutos e meia dúzia de tiros para acordar o corpo.
A temperatura subia rápido. Dava para sentir. Os 24 graus da alvorada eram parte do passado. Ali, amontoado, a poucos metros do pórtico de largada eu tentava encontrar alguma coisa para controlar a ansiedade naqueles 12 minutos que faltavam para iniciar a prova. A música ajudava, mas eu não conseguia parar de me sacudir. Tirei algumas fotos, tentei achar algum conhecido sem sucesso. Em seguida conferi o meu smartphone, o gps e o Runkeeper. Depois de alguns instantes abandonei a idéia de marcar a prova. Não queria perder tempo com o equipamento na largada e controlar 5 km não seria difícil.
Só emoção. A contagem regressiva iniciara e a adrenalina subia na mesma velocidade. A largada foi muito louca. Uma quantidade de gente que cercava o pórtico largou junto conosco sem marcar o início da corrida. Era muita gente mesmo, que já estava desclassificada antes de começar a prova. Ironia é que a maioria seria ultrapassada mais a frente.
Não vi a marcação do primeiro quilômetro, mas era claro que o ritmo estava forte. O Polar apontava 93% da FCM quando eu estava com seis minutos de corrida. Tentei me concentrar na corrida e do monitor cardíaco. Quando vi já estava completando o segundo quilômetro com 9'02", media de 4'31". Eu sabia que estava rápido demais e que administrar os dois próximos quilômetros seria a única chance de superar o meu recorde pessoal.
A passagem pelo posto de hidratação funcionou assim: primeira mesa, um copo, um furo com o dedão, um gole, o resto na cabeça. Na terceira e última mesa do posto de hidratação pego outro copo. Este bebo com mais calma e o resto vai para nuca.
Quando cheguei ao retorno comecei a sentir o ritmo. Fiz o que pude para administrar a asfixia em decorrência do esforço para fechar o terceiro quilômetro com 14'20". Eu tinha uma pequena vantagem e resolvi utilizá-la no penúltimo quilômetro. Tentei descansar o máximo possível, mantendo um ritmo um pouco menos forte.
A passagem pelo segundo posto de hidratação seguiu os moldes do primeiro, visto que a temperatura continuava a aumentar.
Quando passei pela placa do quarto quilômetro com 19'08" foi encontrar forças para fechar a prova. Se eu não quebrasse neste último quilômetro, marcaria um novo recorde pessoal. Previsava tirar o foco da asfixia e comecei a perseguir um triatleta, mas ele era mais rápido e tentei entender o motivo. Fiquei observando sua corrida e percebi que ele tinha uma passada mais curta, que não precisava tanto do quadríceps. Ele não elevava tanto os joelhos. Como eu já não conseguia fazer o movimento com eficiência, resolvi imitá-lo. Deu certo e consegui salvar o que restava do último quilômetro, fechando-o com 5'03" e a prova com 24'11", superando um recorde pessoal que já durava um ano e oito meses. Andei por uns bons minutos para recuperar o fôlego, sorrir e aferir o Polar que registrou uma FC Média de 92% e a máxima em 101% de dedicação cardíaca. Ali eu superava um longo ciclo de recuperação da lesão. Este foi o primeiro ciclo de treinos completos que resultou em tempos menores desde agosto de 2011. Nunca quis tanto pegar uma medalha. Ali mesmo eu já ensaiava este post.
Resoluções. Descobri que para correr os 5 km é preciso tanta dedicação, quanto para as provas de 10 e 21 km. Ficou claro que não conheço meu ritmo para provas curtas, pois ao mesmo tempo que marquei um pace de 4'31", fiz 5'18" na mesma prova. Mas estou muito contente com os resultados dos treinos de velocidade realizados após a prova de Búzios. Os treinos na areia também trouxeram forças para as passadas. Além disso, foram 24'11" com temperatura elevada. Me pergunto o quão mais rápido posso ser com uns 20 graus. Vai ser um verão interessante de treinos intensos, pois ficou claro que tenho gordura para queimar e que este tempo pode ser superado. Possivelmente esta história continuará no Circuito Sol em janeiro.
Pós-prova. Segui diretamente para a mesa de massagem e foi uma decisão providencial. Foram bons dez minutos, que fariam muita diferença para o resto do dia. Depois foi esperar pelo Eric e pela Marta para compartilhar a experiência. Ainda encontrei com a Márcia (pena que não tirei uma foto com nossas viseiras da XC 42K Búzios), nova amiga do tênis, graças ao Vinícius. Infelizmente nosso amigo não veio por causa de dores no ombro.
Corrida terminada, passei no mercado de peixe e comprei duas anchovas para assar e acompanhar a Stella Artois que "estalava" deliciosa na geladeira.
E vamos que vamos!
Boas passadas.
Seguindo o velho ritual usei o sábado para recobrar as energias, depois de mais uma semana intensa no lado profissional. Aproveitei para conhecer o Mizuno Challenge 2012, um reality show de (e para) corredores. Foi um ótimo artifício para ficar de pernas para cima, apesar das regras não ficarem muito claras nos pequenos vídeos semanais dos episódios. O resto do tempo eu revisava mentalmente os treinos e analisava minhas reais chances de superar o André de 2011, que depois de um verão de treinos intensos fechou os 5 km da Eco Run em 24’35”.
Veio o sono.
Ainda estava escuro quando levantei para tomar o café e me arrumar. Por volta das seis eu saía de casa. Um pequeno desvio para pegar minha amiga Marta antes de seguir para o Rio. Mulher forte. Se um dia ela permitir, contarei sua história.
A temperatura subia rápido. Dava para sentir. Os 24 graus da alvorada eram parte do passado. Ali, amontoado, a poucos metros do pórtico de largada eu tentava encontrar alguma coisa para controlar a ansiedade naqueles 12 minutos que faltavam para iniciar a prova. A música ajudava, mas eu não conseguia parar de me sacudir. Tirei algumas fotos, tentei achar algum conhecido sem sucesso. Em seguida conferi o meu smartphone, o gps e o Runkeeper. Depois de alguns instantes abandonei a idéia de marcar a prova. Não queria perder tempo com o equipamento na largada e controlar 5 km não seria difícil.
Não vi a marcação do primeiro quilômetro, mas era claro que o ritmo estava forte. O Polar apontava 93% da FCM quando eu estava com seis minutos de corrida. Tentei me concentrar na corrida e do monitor cardíaco. Quando vi já estava completando o segundo quilômetro com 9'02", media de 4'31". Eu sabia que estava rápido demais e que administrar os dois próximos quilômetros seria a única chance de superar o meu recorde pessoal.
A passagem pelo posto de hidratação funcionou assim: primeira mesa, um copo, um furo com o dedão, um gole, o resto na cabeça. Na terceira e última mesa do posto de hidratação pego outro copo. Este bebo com mais calma e o resto vai para nuca.
Quando cheguei ao retorno comecei a sentir o ritmo. Fiz o que pude para administrar a asfixia em decorrência do esforço para fechar o terceiro quilômetro com 14'20". Eu tinha uma pequena vantagem e resolvi utilizá-la no penúltimo quilômetro. Tentei descansar o máximo possível, mantendo um ritmo um pouco menos forte.
A passagem pelo segundo posto de hidratação seguiu os moldes do primeiro, visto que a temperatura continuava a aumentar.
Quando passei pela placa do quarto quilômetro com 19'08" foi encontrar forças para fechar a prova. Se eu não quebrasse neste último quilômetro, marcaria um novo recorde pessoal. Previsava tirar o foco da asfixia e comecei a perseguir um triatleta, mas ele era mais rápido e tentei entender o motivo. Fiquei observando sua corrida e percebi que ele tinha uma passada mais curta, que não precisava tanto do quadríceps. Ele não elevava tanto os joelhos. Como eu já não conseguia fazer o movimento com eficiência, resolvi imitá-lo. Deu certo e consegui salvar o que restava do último quilômetro, fechando-o com 5'03" e a prova com 24'11", superando um recorde pessoal que já durava um ano e oito meses. Andei por uns bons minutos para recuperar o fôlego, sorrir e aferir o Polar que registrou uma FC Média de 92% e a máxima em 101% de dedicação cardíaca. Ali eu superava um longo ciclo de recuperação da lesão. Este foi o primeiro ciclo de treinos completos que resultou em tempos menores desde agosto de 2011. Nunca quis tanto pegar uma medalha. Ali mesmo eu já ensaiava este post.


Corrida terminada, passei no mercado de peixe e comprei duas anchovas para assar e acompanhar a Stella Artois que "estalava" deliciosa na geladeira.
E vamos que vamos!
Boas passadas.
show de bola, amigo! parabéns pelo RP!
ResponderExcluirabraço,
Sergio
Obrigado, meu amigo.
ExcluirGostei muito dos treinos de tiros que fiz. Se não estivesse tão quente acho que faria abaixo de 24 minutos!
Próxima prova: Circuito Sol 5K
Neste verão não quero pensar em nada mais longo e aprender a correr mais rápido!
Abraços :-)
Muito bom seu relato André, parabéns pelo resultado, calorão infernal, pensei q ia passar mal.
ResponderExcluirAbraços,
Victor Caetano
corridaurbana.com.br
Obrigado, Victor.
ExcluirTentei responder seu post, mas o texto que escrevi ficou tão grande que deu erro no formulário do sistema WordPress. Assim, decidi transformar o texto em um post... o próximo post, para falar dos bastidores da corrida.
Obrigado pela visita!
rapaz, realmente o calor ta forte, poe verão nisso em,rs. Parabéns pelo recorde pessoal alcançado e sucesso nas proximas corridas, ah e claro, forças para aguentar esse forte calor!
ResponderExcluirwww.temposminimos.blogspot.com.br
Rafael,
ExcluirO calor realmente não estava de brincadeira, assim como os últimos dias. Continuarei me esforçando para acordar cedo e treinar antes das piores temperaturas.
Obrigado 3
Boas passadas!
André