Pular para o conteúdo principal

A importância da técnica

As últimas semanas as dores na altura do quadril ganharam minha reflexão. Frequentemente eu parava para pensar na origem do problema. Se os tênis tiveram participam nisso, se a falta da musculação seria a culpada, se algo congênito finalmente se manifestou...
Mas ao ler a matéria CONSERTO EM DÓI MAIOR na Runners 36 (edição de outubro) me lembrei de algo que negligênciei: os abdominais. Em meio aos afazeres percebi que havia parada com os exercícios abdominais e com a intensidade dos treinos e das provas as dores vieram. Trocar o tipo do tênis ajudou a minimizar o problema, mas não seria esta a solução. Correr na esteira me obrigou a ajustar minhas passadas. Na esteira não temos a mesma “liberdade” que temos quando corremos na rua. A largura limitada da esteira e o forçoso movimento dela jogando-nos para trás, obriga a adoção de uma postura mais rígida e concentração nas passadas. Neste momento lembrei de uma velha recomendação: cabeça erguida olhando para o horizonte, tronco levemente inclinado para frente, braços elevando-se e empurrar o asfalto para trás.
No último sábado saí para meu primeiro treino com uma hora de duração. Ainda não é um longãããããooooo, mas aos poucos estou ganhando resistência e velocidade novamente. A diferença foi a disciplina no que se referia a postura. Corroborando com a percepção da Patrícia Julianellie, a postura “certa” nos convida a correr com mais velocidade. Cansa, mas não provoca dor.Pelo contrário, fortalece. Me fez lembrar outra frase importante: “o auto-conhecimento é muito importante para o corredor”. Li esta frase inúmeras vezes, ditas por professores, especialistas, corredores profissionais, blogueiros e sei lá mais quem. Hoje parece que a ficha caiu durante a leitura da matéria.
Não significa que mudarei os planos. Farei a ressonância para o ortopedista avaliar, apesar de pessoalmente descartar uma lesão muscular. Acredito que seja uma inflamação por causa da má postura e consequente sobrecarga.
Contusão também é assunto na Runners 37 (edição de novembro). O Iberê foi vítima de uma fratura por estresse, o que me faz pensar o quão “amadora” é nossa disposição para correr. Amadora pela falta de suporte técnico para a maioria, pois a vontade e disposição são de profissionais. É raro esbarrar em um corredor que não esteja correndo atrás de maiores distâncias ou tempos menores. Somos competitivos por natureza e não acredito que seja um luxo de nós, brasileiros. O ser humano nasceu para testar seus limites e a corrida parece ser o meio mais democrático para maioria fazê-lo, mas sem o devido cuidado pode se transformar em um grande problema de saúde.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

WR, OR, PB, SB. Você sabe o significado dessas siglas?

Assistindo as olimpíadas eu eventualmente observava a sigla PB ou SB ao lado do nome de alguns atletas após as provas. Hoje descobri o que significava ao ouvir o podcast Correria, do mestre Sérgio Xavier Filho (@sergioxavierfilho), minha fonte de inspiração desde os tempos da Revista Runners. PB: Personal Best. No bom português, seria melhor resultado pessoal. SB: Season Best. Melhor resultado do ano. Resolvi levantar o tema, pois como bom desportista a competição corre em nossas veias e a primeira disputa a ser vencida é contra nós mesmos. A superação é o que nos move, por isso testamos nossos limites. Não tenho a intenção de comparar o que eu estou fazendo (SB 29'20") com o que fiz há quase dez anos (PB 24'10"), mas descobrir se estou evoluindo no atual ciclo de treinos. O primeiro ciclo me permitiu correr 5K em 30'04" e o segundo em 29'20". A expectativa é de que a evolução continue acontecendo. A nova planilha está recheada de tempo runs e interv

Curta o caminho

Hoje concluí a sétima semana de treinos do II Desafio 5K. A oitava e derradeira semana começará com um treino de tiros na terça, em seguida um treino de ritmo moderado na quinta e encerro o desafio com minha prova imaginária de 5K no próximo sábado. Esta reta final sempre me leva a refletir sobre a jornb ada que foi realizada. Muita coisa boa aconteceu nestas quase vinte semanas de treinos. Recoloquei a corrida como rotina matinal às terças, quintas e sábados. Voltei a pensar, ler e falar sobre corria e saúde. E acima de tudo ter vencido a lesão da panturrilha direita, que foi crucial para esta sensação de bem estar que se expande do corpo para mente e para o espírito. Poder testemunhar a alvorada, uma das maiores obras primas que Deus nos presenteou, é assistir a vida se renovando. Nossa nova chance de fazer a diferença, acima de tudo para si e de alguma forma para quem nos cerca.  A corrida de rua de nos levar levar a caminhos que nunca imaginamos. A ver o mundo de uma perspectiva be

Você é um corredor iniciante, intermediário ou avançado?

A Runners de fevereiro (Ed. 28) começa com uma matéria muito interessante na seção Treino. A matéria Semanão fala sobre a importância dos ciclos no desenvolvimento do corredor e que tentar colocar em uma única semana todos os tipos de treino é algo realmente complicado, quando não, improvável de ser feito. A sugestão é adotar um intervalo de tempo maior para que possamos incluir todos os treinos necessários para nosso desenvolvimento. A idéia é boa, simples e de praxe a revista ainda apresenta sugestões para os treinos de qualidade . Mas o que mais me marcou na reportagem foi a forma como foi identificado o nível do corredor. É a primeira vez que vejo algo do gênero, então segue o registro: Iniciante: aquele que corre até 24 Km semanais Intermediário: aquele que corre de 24 Km a 48 Km semanais Avançado: aquele que corre de 48 Km a 64 Km semanais Como você se vê? Sua quilometragem semanal será determinante para o desenvolvimento de sua capacidade como corredor, seja seu objetivo ganh