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O peso de uma mudança


Nas últimas semanas eu tenho acompanhado os protestos em torno da mudança de percurso da São Silvestre. Li reclamações que falavam sobre a qualidade do novo percurso, do poder de algumas empresas, a quebra de tradições... sinceramente, analisando friamente digo que mudar faz parte da ordem natural da vida. Segundo alguns estudos de comportamento (procure o Google) o ser humano é 10% aptidão e 90% adaptação. Somos mutantes, plurifacetados, multitarefas e INCONSTANTES. 
Obviamente que alguns hábitos estão mais enraizados do que outros em nosso jeito de ser ou de viver. Que em alguns lugares ou culturas a tradição garante um modus operando para um grupo de pessoas, mas a verdade é que mais cedo ou mais tarde as coisas (e pessoas) mudam. Eu tive que mudar (para melhor diga-se de passagem) para me tornar um corredor.
Velhos hábitos foram deixados para trás e outros novos foram incorporados em busca de uma vida mais saudável e sem vícios, digo vícios ruins. Se você é novo no mundo da corrida saiba que correr vicia. É claro que a previsível nos trás segurança, afinal muitos de nós treinamos baseados em premissas. O percurso antigo era uma premissa, que nos proporcionaria elaborar uma estratégia. Uma fatalidade não ter mais esta base de informação. Mas pergunto à você, atleta amador, que trabalha em alguma empresa, quantas vezes você acabou se submetendo a mudanças de estratégia de sua chefia direta ou da direção e teve que ajustar suas ações para entregar o solicitado? Coisas da vida profissional.
A Runner's na edição de novembro, em um texto muito interessantíssimo e imparcial citou os prós e contras do novo percurso e lembrou que esta é apenas mais uma mudança em um percurso que sofrera outras 10 alterações em seu passado. Outro exemplo de mudança foi a Nike 600, realizada no último mês. Em pró da segurança "apenas" 447 Km foram corridos pelos participantes. 
Opa! Eu não disse que sou a favor da mudança (nem contra), mas que mudar faz parte da minha vida. Faz da sua?
Boas passadas.

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