PROLOGO
Após o sacrificante treino do último sábado, não tive como realizar o treino de escada no domingo. O treino da segunda até que foi bom e continuei trabalhando a nova pisada. Mas nem tudo foram flores esta semana. Entre os afazeres domésticos e o trabalho me requesitando algumas horas a mais de atenção, as noites de sono ficaram comprometidas. Não dormi mais que cinco horas por noite até a quarta-feira, dia em que eu faria um Tempo Run de 10 Km.
TEMPO RUN
Se este fosse um programa esportivo, para facilitar o entendimento de todos os telespectadores o apresentador explicaria o significado do termo Tempo Run. Não farei diferente. Tempo Run é um treino que tem como objetivo simular uma prova. É uma forma de você avaliar suas condições e identificar um ritmo para a prova. Eu não fiz diferente. Mantendo a premissa de trabalhar em função da freqüência cardíaca, eu me preparei para correr com um nível de esforço que colocasse a freqüência cardíaca entre 75% e 90% da FCM. Considerei estes números factíveis após as últimas semanas de treino. O desafio seria manter a técnica por tanto tempo.
A concentração na mecânica do movimento era tamanha que se não fosse pelo Run Keeper eu não monitoraria o pace e a freqüência cardíaca. Por falar em FC, estava tudo dentro do esperado. Os batimentos se mantiveram na casa dos 150 por minuto. Era algo sustentável, visto que a técnica era mais importante que ser simplesmente rápido. A ida até o Naval foi tranqüila, ainda mais que a cada intervalo o Run Keeper informava que eu estava mais rápido que o necessário. O melhor disso tudo é que eu não estava forçando o ritmo. Seguindo o protocolo, botei para dentro o Carb Up, um gole d'agua e segui em direção à Estrada Fróes. Confesso que ali pelo Km 8 as panturrilhas pareciam que iriam estourar, mas a pouca água que restava usei para refrescá-las. Foi a dose de ânimo que faltava para concluir o teste. O ultimo quilômetro teve direito a um sprint e fechei com 4'55" o trecho final.
O tempo total foi de 56'28" e um pace de 5'37". A freqüência cardíaca ficou onde deveria e mesmo assim consegui ser quase 40 segundos mais rápido que nos 10K do Circuito Athenas no mês passado.
ESCADAS E AVALIAÇÃO FINAL

O longão desta semana foi mais um trotão. Uma hora de corrida leve. O desafio foi manter um ritmo com a pulsação abaixo de 140 bpm, mas mesmo assim consegui alcançar a marca de 10 quilômetros sem transtornos. Foi a consolidação de um projeto, pois a nova pisada é eficiente e não tive tantas dificuldades para adotá-la. A força na panturrilha foi crucial para a mudança ser bem sucedida, assim continuarei com os treinos de escada, mas vigilante de ajustar a intensidade das subidas para não me machucar.
O destino foi bondoso e me concedeu a chance de ir a piscina. Acho que nadei uns 700 a 800 metros. Foi bom para soltar a musculatura. Com o feriado de São Jorge vou tentar descansar e começar a próxima semana inteiro.
THE FINISHER
Por causa da Athenas 10K tive a oportunidade de conhecer a revista The Finisher, pois a revista estava presente no kit. O acabamento da revista é impecável. Com um layout moderno, que me lembrou da revista O2, o conteúdo parece ainda mais interessante. E justamente foi o conteúdo que me surpreendeu. Ao menos esta edição tinha um conteúdo voltado para quem já possuía rodagem. As planilhas oferecidas na edição propunham resultados interessantes como completar os 21K em 1h45, mas que colocava como pré- requisito ter completado os 10K em 50 minutos. Ou como etapa intermediária as 10 milhas em 1h20. Tudo isso obviamente baseado em treinos que hoje considero de um nível de intensidade fora da minha realidade. 
Por fim, algumas reportagens sobre o atletismo no nosso país. Infelizmente me pareceu que evoluímos muito pouco desde a medalha do Joaquim Cruz. Apesar dos talentos que espiradicamente despontam no cenário nacional, ainda são poucos os que tem acesso ao esporte de alto rendimento de forma adequada. Os próprios patrocinadores não enxergam valor nos ícones das provas de longa distância. Fica claro que o desenvolvimento técnico é substituído pela necessidade de se sobreviver. A necessidade de estar correndo no limite nos finais de semana para ter o que comer compromete os macro ciclos. Assim foi criada uma elite, que não despontará em nível internacional. Raros ainda são os que possuem patrocianadores que oferecem estrutura para treinamento e uma remuneração digna para os atletas. Enquanto o futebol propicia remuneração na casa das dezenas de milhares de reais nos times de ponta, o atletismo (salvo os medalhistas) vive com bolsas que não alcançam 2 mil reais. Bem, para ser otimista, ao existe a bolsa. Se esta for colocada na pessoa certa, com a idade certa e com is treinamentos certos, conseguiremos garimpar novos talentos. Imagine se nosso campeão pan americano da maratona, falo do Solonei, que hoje tem 29 anos porém apenas 2 anos como profissional tivesse sido talhado desde sua adolescência. Ainda somos uma cultura em desenvolvimento e não apenas esportiva.
Boas passadas!
Tenho aprendido bastante com seu blog!
ResponderExcluirObrigado e continue firme!
Fábio
www.42afrente@blogspot.com
Acho que o grande barato dos blogs é este. Ter a oportunidade de expressar seu ponto de vista e de refletir o que seus pares estão fazendo também. O projeto queimando o bacon já me trouxe risos e muito ânimo este ano. Ajudou a espantar o fantasma da lesão e o sobrepeso provcado pelos meses parado.
ExcluirNão sei se estou certo, mas tento estudar o máximo possível sobre correr, pois meus horários não me permitem trabalhar com uma assessoria esportiva. Quando eles estão chegando para armar a tenda, eu já estou voltando para casa. O horário do trabalho determina o horário do treino e não tem como ser diferente.
Mais uma vez o obrigado pela visita e pela confiança.
Boas passadas!
Oi André,
ResponderExcluirEsta ultima parte do seu post é muito importante para retratar a realidade dos esportistas que não jogam futebol neste país. No circuito das estações de SP eu vi um atleta de um grande clube de São Paulo correndo e quando chegou na linha de chegada pegou suas coisas, foi participar da cerimônia e foi embora e fiquei justamente pensando que aquele atleta devia estar ali em meio aos amadores porque precisava de uma graninha para poder se manter, o que nõ acontece com atletas de elite em países sérios. Quem sabe um dia não seremos verdadeiramente um país de todos.
Abraços!
Bruno,
ExcluirSe serve de alento a situação não é tão diferente nos outros cantos do mundo. Existe sim uma elite que consegue VIVER do dinheiro oferecido por patrocinadores e programar decentemente seus objetivos para o ano.
O que escreverei abaixo é uma opinião pessoal, mas que vale a reflexão. No Quênia, correr é o esporte nacional, por isso tantos bons corredores e resultados impressionantes. Atualmente 2/3 das provas do mundo inteiro têm quenianos no pódium, mas não significa a maioria possua patrocinadores que permitam tal façanha. Eles se espalham em grupos, conforme desempenho e premiação das provas. Eles correm pela sobrevivência, não só deles e de suas famílias, mas as vezes de um vilarejo inteiro. Minha opinião (assim como a reportagem) vai de encontro as simples explicações fisiológicas e vantagens genéticas. Falamos de um povo que cresce correndo.
Assim, se alguém quiser produzir corredores como os quenianos, basta crescer como eles. Simplesmente correndo. Por isso que digo que pouco crescemos desde Joaquim Cruz. Nossos talentos ainda são frutos do acaso, mas quem viver verá. A corrida veio para ficar de vez como esporte entre os brasileiros.
Infelizmente não estou conseguindo resgatar a fonte deste maravilhoso texto.
Boas passadas!
André