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Golden Four Asics: 10, nota 10!



Finalmente a hora chegou. A mais bem organizada foi a protagonista do mundo da corrida de rua no Rio de Janeiro no último final de semana. A EXPO no sábado foi mais uma vez excelente e mesmo eu tendo chegado às três da tarde o atendimento foi impecável e a massagem foi a cereja do bolo para ficar bem para o dia seguinte.


Aproveitei também o simbólico desconto para comprar um novo par de tênis: o Asics Geo Neo 33 2 e doar o Cumulus para o projeto que o Banco Santander toca no Complexo do Alemão. Com meu kit e o do Glaucio na mão, foi enfrentar a pequena viagem de volta da Barra da Tijuca para Niterói.

Apesar de me repetir que esta não era minha prova-alvo, foi difícil conter a ansiedade. Acabei indo dormir perto de onze e meia, tarde para quem tinha que levantar às quatro da matina. Mas dormi um sono sem interrupção e levantei num pulo ao ouvir o alarme.
Pouco depois já estava no ponto de encontro para pegar o ônibus com o demais integrantes da CE+3, assessoria que vem me amparando nos treinos para maratona. O clima era de brincadeira e a viagem foi tranquila. Tão tranquila que dormi da Linha Amarela até o Pontal. Tudo o que podia fazer, foi feito. Agora era correr.
Depois de votos de sorte, o Glaucio seguiu em direção a ala laranja, àqueles que brigariam por uma corrida em torno de 1 h 50 min. Eu eu segui para a ala roxa, já que lutaria por uma corrida em até 2 h.
Iria ser uma corrida solo, mas desta vez providencial. Eu tinha que avaliar meu ritmo, afinal a maratona será solitária. Eu estava dois metros a frente do pacer de 5'40" e desta vez eu iria impor um ritmo um pouco mais equilibrado para chegar bem no Elevado do Joá. A idéia era manter o ritmo em 5'30" e assim eu chegaria com dois a três minutos de gordura no destruidor de pernas.

A LARGADA
Saímos em direção a São Conrado em meio a alguns pingos de chuva, mas foi só. Gritos de comemoração surgiram e silenciaram com a promessa de chuva e frescor. O jeito foi se conformar com o céu nublado e controlar o esforço em meio a um domingo com a temperatura em torno dos 25 graus.
Consegui evitar o efeito manada do início da prova,  pois eu sabia que precisava guardar energia. A frequencia cardíaca estava baixa, dentro do esperado e plano estava dando certo com o ritmo em 5'30". Tudo correu bem até o Km 14, quando a temperatura subiu um pouco e o sol brigava para escapar entre as nuvens. Eu sabia que o tempo extra que eu tinha para enfrentar o elevado estava sendo detonado, mas o cansaço e calor pesavam nas pernas. Fiz o que pude até o Km 16 e dali em diante tentei buscar o prejuízo.
Com o coração na boca, cheguei no viaduto com um pouco mais de um minuto de vantagem. A subida foi cruel como sempre. Lembrei do Sérgio em 2011 tentando me puxar. Dos pacers fugindo em 2012. Das subidas ao Parque da Cidade e percebi que este ano foi menos complicado. A euforia ao chegar ao alto do viaduto foi compartilhada pelo pelotão e presenteada com a deslumbrante vista do mar aberto. Ignorei o posto do Gatorade, pois eu queria água. Água para me refrescar. Bebi apenas um gole, pois o problema era o calor.
Ao conferir o relógio no Km 19 percebi que toda a vantagem construída me fora roubada no Joá. Agora tinha que ser na vontade. A descida do viaduto ajudou no embalo e o último quilômetro plano uma bênção. Quando entrei na reta final forcei um sprint e para minha surpresa vi meu treinador com meio corpo em cima da cerca de isolamento aos berros pedindo para acelerar. Aproveitei aquela dose de ânimo para vencer o cansaço e fechar a prova em precisas 02:00:22. No limite! Britânico! Exato! PERFEITO!
Encontrei o Lindenberg logo depois de pegar a medalha, já com cara de descansado e banho tomado. Ele disse que era exagero da minha parte, pois ele passara mal durante a prova e fechou com 01:48:00. Logo em seguida o Carlos e alguns amigos do próprio Lindenberg que fizeram o mesmo comentários - risos. Algumas fotos depois e reflexões sobre o que o calendário tem a nos eferecer nos próximos meses, me despedi de ambos e segui em direção a tenda da CE+3 olhando para o grande medalhão de aço. Lindo e pesado. Não tinha a beleza da A dourado dos dois primeiros anos, mas a robustez irá sempre me lembrar da força (física e mental) que precisamos para enfrentar o Elevado do Joá.
Carlos Eugênio (o Mestre) à direta.
O clima na barraca era descontraído. Comida e bebida fartas, muitas histórias e sorrisos. Uma das meninas do time chegou em terceiro lugar no geral e alguns outros chegaram entre os top 100. O Gláucio também satisfeito com a 01:58:00 que fizera. Conheceu com o Neném (o treinador) e falaram sobre os benefícios do ciclismo para o corredor. Só tenho motivos para comemorar, pois há um ano eu completava a Corrida da Ponte com o ritmo de 6'15". Completar a Golden Four Asics fazendo 5'40" foi uma grande conquista. Foi um símbolo de um 2012 de grandes mudanças em nível de treinamento, condicionamento e fé para chegar até aqui. Seu eu colocasse o André (pós-lesão) de 2012 para disputar esta mesma prova, eu descobri que chegaria DOIS QUILÔMETROS A FRENTE DELE. Coloquei a imagem do Google Maps logo abaixo para descrever o que este ano representou para mim (clique na imagem para ampliar). Quem conhecer a região sabe que é um bom pedaço de chão. Definitivamente uma verdadeira celebração a vida!

Comentários

  1. André,

    Parabéns por ter completado a prova dentro do planejado. E por ter superado o Elevado do Joá. :)

    O Victor Caetano (Corrida Urbana) e o Jorge Cerqueira (JMaratona) já tinham feito bons comentários e elogios à feira de exposição. Espero que na Golden 4 SP (que correrei) também tenha o mesmo nível de organização e atrativos.

    Abraços e parabéns.
    Brunno - http://movidoaendorfina.wordpress.com

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    Respostas
    1. Brunno,
      Duvido muito que sua impressão não seja a mesma. Procure pelos relatos da corrida de 2012 e 2011. Acho que você não encontrará surpresas.
      Obrigado pela visita.
      Boas passadas!

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  2. Olá André.
    Essa prova está me conquistando pelos relatos que tenho lido (como o seu).
    Muito bom ver que todo mundo consegue finalizar a corrida feliz, satisfeito e realizado.
    Meus parabéns!

    Corridas do Luizz

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    Respostas
    1. Obrigado, Luiz.
      A G4 é tão fantástica que dá vontade de conhecer as outras etapas.
      Espero que ela seja tão voa para você quanto tem sido para mim.
      Abraços

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  3. Ai, eu estava ansiosa pelo seu relato! :)
    Que sensação incrível deve ser ver o resultado da disciplina nos treinos aparecer nas provas!
    Parabéns, André!

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    1. Verdade, Renata.
      Mas é preciso saber comparar. Estou muito bem para esta época do ano, mas a 5 minutos do meu recorde pessoal.
      Neste ritmo, chegarei ao ápice em julho e com chances de baixar os 01:54:58. Mas para abril, as 02:00:22 foram um feito sem precedentes.
      E você, já melhorou da gripe? Voltou a treinar?
      Beijos

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  4. André,

    Parabéns pela prova!! Seu ritmo foi excelente, que isso heim.
    Só escuto elogios da Golden4Asics. Vai entrar pra minha listinha de sonhos...

    abraço e bons km's!!

    Helena
    http://correndodebemcomavida.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Não existe nada melhor do que poder colocar em prática tudo que treinamos. Então não existe nada melhor do que uma corrida que nos permita fazê-lo.
      Se a corrida continuasse em julho, quando meus treinos chegam ao ápice, ia ter gente dizendo que o registro da prova beiraria a mentira. Mas esta é a Golden Four Asics. A melhor!
      Obrigado pela visita, Helena.

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  5. Olá André,

    Achei seu blog pesquisando relatos sobre a Golden Four. Muito legal a sua participação, parabéns!

    Eu sou de Brasília e também participei da prova. Tenho 1 ano de corridas e essa foi uma das melhores que já participei. Foi minha estreia nos 21km e não poderia ter sido melhor. Em novembro, com certeza, estarei na etapa aqui de Brasília.

    Abraços e bons treinos para a maratona.

    Danilo Confessor
    Blog Confissões de um Confessor

    Ps.: Tomei a liberdade de linkar seu post no relato que fiz da prova.

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    Respostas
    1. Oi, Danilo.
      A G4 sempre me foi generosa e fico feliz por saber que ela também lhe serviu bem.
      Você é um privilegiado por ter a chance de participar de outra etapa. Tenho certeza que será tão boa quanto a do Rio.
      Obrigado pela visita. Farei o mesmo no seu blog.
      Abraços

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