Definida a meta para o segundo
semestre, o novo ciclo de treinamentos fora iniciado. E como todo bom ciclo, a
ênfase ao ganho de resistência e força marca a primeira fase de treinos. A
velocidade vem quase como uma consequência na segunda metade do ciclo de
treinamento, quando estaremos próximos da prova-alvo.
Neste primeiro período eu tenho convivido com treinos intervalados, tiros,
ladeiras e a areia. Até aqui, tudo bem. A novidade veio neste último final de
semana: tiros na areia! Se o devagar e sempre na areia é um exercício intenso, imagine o que são os
tiros na areia. É o que vou tentar compartilhar com você.
Por conta dos longos treinos para
maratona, me acostumei a aferir uma frequência cardíaca baixa. Mas uma série de
tiros curtos na areia trouxe de volta aquela sensação asfixiante do máximo
esforço e uma inesperada serenidade. O mundo a volta fica silencioso e o ruído
da respiração e as batidas do coração parecem ensurdecedoras. Trinta segundos a
toda e o mesmo tempo para me recuperar. Olho para a rua e vejo um carro passar, mas para onde foi o barulho do motor? Novo tiro, agora de um minuto. Parei
próximo de um pequeno parque infantil na altura da Otávio Carneiro. Olhei para
as crianças e me prendi a um garoto enchendo um balde com areia até acabar o tiro. O Garmin vibra
avisando que agora seriam um minuto e meio. Passo pela rede de futevôlei e tento
me distrair com o jogo para não pensar no quão difícil era respirar naquele
momento. Quando parei levei as mãos aos joelhos. Um gole da água que eu sempre
carrego, enquanto olhava para o mar. Uma vez mais o Garmin vibrava, mas agora o
convite era para um tiro de dois minutos. Comecei a correr, apesar de ainda
ofegante. Olhava para tudo a minha volta, apesar da preocupação com a postura e
o movimento dos braços. Ainda faltava um minuto e eu sentia as pernas
fraquejarem por conta do esforço. O pulmão reivindicava o ar, que não parecia suficiente
para me manter de pé. Trinta segundos restavam. Olhei para a partida de
futebol, para o cachorro, seu dono e um grupinho trotando no calçadão. Quinze
segundos e eu só olhava para o final do trecho de areia, onde eu encerraria
esta série de tiros. Acelerei mais um pouco até que acabou. A frequência
cardíaca chegara a 98% da máxima! Fazia tempo que não passava por um aperto
desses. Consegui sorrir, apesar de esbaforido. Olhava para o mundo a minha volta
grato pela experiência, mas o Garmin vibrou. Era hora da segunda série!
Boas passadas.
Tu é de Nikity né?
ResponderExcluirLegal o blog. Gostei da smatérias, vou colocar nos favoritos. Você é de alguma acessoria, ou corre sozinho?
Abraços
Marcel
Olá, Marcel.
ExcluirTreinei bastante tempo sozinho, mas este ano estou trabalhando com uma assessoria esportiva lá em São Francisco.
Obrigado pelo elogio e boas passadas!