Ainda estava escuro quando acordei. O silêncio denunciava que ainda não era hora das pessoas normais levantarem. Pego o smartphone e vejo que são quatro e trinta e cinco da manhã. Despertei quinze minutos antes do alarme. Nem parecia que eu havia me deitado perto da meia noite. Estava sem sono e completamente lúcido. Tudo isso deve ser fruto de alguma parte dos 92% do nosso cérebro que não conhecemos ou usamos conscientemente.
Com o tempo extra consegui me preparar com calma para o treino. Enquanto comia pensava na coluna da Revista Contra Relógio, reforçando a importância do alongamento ativo antes do treino e do estatístico no final. De que aquecimento não lesiona ninguém e que a carga mal dimensionada dos treinos é a verdadeira vilã, junto com sua comparsa, a técnica incorreta de correr.
Às cinco eu já estava na rua iniciando a corrida leve. Os primeiros minutos de treino têm sido difíceis, pois as dores musculares já não passam tão rapidamente com quatro treinos na semana. Hoje a dor tem um tempero a mais, pois por causa do trabalho não fiz o treino na terça. Tive que fazê-lo na quarta (ontem) e hoje (quinta) estou aqui para o temível treino de qualidade.
Os treinos passaram a ter vinte e cinco minutos de aquecimento desde que passei a ser orientado pelo treinador, mas esta é uma boa notícia. O corpo já não dói mais quando chega a hora do treino específico. O tornozelo direto continua preocupando, mas parece que identifiquei o foco da dor: o Tendão de Aquiles.
A chuva caía leve do céu ainda escuro. Não liguei, por causa do calor que estava em torno dos vinte quatro graus às cinco da manhã. A travessia do túnel da avenida Roberto Silveira é tão longa, que esqueci da chuva. Penso, feliz, no resultado do longão do último sábado, quando subi o Parque da Cidade quase cinco minutos mais rápido do que na primeira tentativa em fevereiro.
Ironicamente a chuva se limitou a Icaraí. Ela não atravessou o túnel comigo. Comecei o treino específico já em Charitas. Primeiro foram os tiros curtos e asfixiantes. Os trinta segundos entre os tiros servia apenas para recuperar a lucidez. Depois nova corrida leve, para purificar o corpo do ácido lático, para em seguida enfrentar os tiros de um quilômetro. O minuto e meio entre os tiros servia para eventuais saudações, afinal correr antes das seis é um hábito de poucos. As caras são normalmente as mesmas, como num clube. Apenas ontem foi diferente, quando passei voando pela Renata. Ela estava tão imersa em seu mp3 que não percebeu minha passagem e eu não tive coragem de abordá-la.
Enquanto eu corria o penúltimo tiro, senti o vento soprar forte e a Cidade Maravilhosa sumir sobre um manto cinza. Durante o derradeiro tiro, a chuva e o vento finalmente venceram o sol que teimava em nascer esplendoroso a minha direita. As primeiras gotas começaram a me acertar e em pouco tempo eu estava encharcado. Pensei em Toquinho e Vinícius de Moraes.
A chuva mais parecia um presente dos céus para amenizar o calor e ajudar a descansar o corpo para o longão que estaria por vir no sábado. Foram 16 quilômetros, com uma linda alvorada, visual do MAC, uma Estrada Fróes com aroma de mato molhado, a orla de São Francisco e Charitas vazia. Foi tranquilo, sem dor, sem complicações. Penso nos 21K da Golden Four Asics com um sorriso.
YOUTUBE
Estou tentando resgatar vários vídeos que no passado me ajuram a manter o foco. Este foi um que assisti muito enquanto tentava trocar os treinos noturnos pelos matutinos.
Com o tempo extra consegui me preparar com calma para o treino. Enquanto comia pensava na coluna da Revista Contra Relógio, reforçando a importância do alongamento ativo antes do treino e do estatístico no final. De que aquecimento não lesiona ninguém e que a carga mal dimensionada dos treinos é a verdadeira vilã, junto com sua comparsa, a técnica incorreta de correr.
Às cinco eu já estava na rua iniciando a corrida leve. Os primeiros minutos de treino têm sido difíceis, pois as dores musculares já não passam tão rapidamente com quatro treinos na semana. Hoje a dor tem um tempero a mais, pois por causa do trabalho não fiz o treino na terça. Tive que fazê-lo na quarta (ontem) e hoje (quinta) estou aqui para o temível treino de qualidade.
Os treinos passaram a ter vinte e cinco minutos de aquecimento desde que passei a ser orientado pelo treinador, mas esta é uma boa notícia. O corpo já não dói mais quando chega a hora do treino específico. O tornozelo direto continua preocupando, mas parece que identifiquei o foco da dor: o Tendão de Aquiles.
Ironicamente a chuva se limitou a Icaraí. Ela não atravessou o túnel comigo. Comecei o treino específico já em Charitas. Primeiro foram os tiros curtos e asfixiantes. Os trinta segundos entre os tiros servia apenas para recuperar a lucidez. Depois nova corrida leve, para purificar o corpo do ácido lático, para em seguida enfrentar os tiros de um quilômetro. O minuto e meio entre os tiros servia para eventuais saudações, afinal correr antes das seis é um hábito de poucos. As caras são normalmente as mesmas, como num clube. Apenas ontem foi diferente, quando passei voando pela Renata. Ela estava tão imersa em seu mp3 que não percebeu minha passagem e eu não tive coragem de abordá-la.
Enquanto eu corria o penúltimo tiro, senti o vento soprar forte e a Cidade Maravilhosa sumir sobre um manto cinza. Durante o derradeiro tiro, a chuva e o vento finalmente venceram o sol que teimava em nascer esplendoroso a minha direita. As primeiras gotas começaram a me acertar e em pouco tempo eu estava encharcado. Pensei em Toquinho e Vinícius de Moraes.
A chuva mais parecia um presente dos céus para amenizar o calor e ajudar a descansar o corpo para o longão que estaria por vir no sábado. Foram 16 quilômetros, com uma linda alvorada, visual do MAC, uma Estrada Fróes com aroma de mato molhado, a orla de São Francisco e Charitas vazia. Foi tranquilo, sem dor, sem complicações. Penso nos 21K da Golden Four Asics com um sorriso.
YOUTUBE
Estou tentando resgatar vários vídeos que no passado me ajuram a manter o foco. Este foi um que assisti muito enquanto tentava trocar os treinos noturnos pelos matutinos.
Poético... Inspirador... Gostei demais do seu relato...
ResponderExcluirAbs
Fábio
www.42afrente@blogspot.com
Obrigado, Fábio.
ExcluirVez outra parece que a gente "acerta a mão".
Boas passadas e sucesso no projeto QUEIMANDO O BACON!
Estou na torcida :-)
É isso aí!
ResponderExcluirE vamos que vamos, Tadeu!
ExcluirObrigado pela visita.
Realmente... inspirador.
ResponderExcluirTenho vontade de conhecer o Rio....
Japarun,
ExcluirO Rio é até bonito (risos), mas você precisa conhecer Niterói... do outro lado da baía.
Abraços
REalmente inspirador. Escreves muito bem.
ResponderExcluirAssim fico com mais vontade de conhecer o Rio...
Obrigado, Japarun.
ExcluirNão se arrependerá. A orla é um cenário maravilhoso para as corridas.
Ahhhhhhhhhhhhhhh! Sério que passei por você e não te vi???? Quando for assim, dá um grito! :)
ResponderExcluirPorque quando eu passar por você correndo novamente juro que vou dar um grito "vai, Andréeeeeeeeeeee!" Já passei duas ou três vezes por você anteriormente e fiquei com vergonha. Mas na próxima vez vai, juro que vai! rs
(Muitas risadas depois)
ExcluirTá bom. Vou pular na sua frente, mas torcendo para não tomar um soco.
Olá André. conheci teu blog pelo Fábio.
ResponderExcluirEstou de olho. Grande abraço e excelentes kms!
Que bom que ficou no seu agrado.
ExcluirSeja bem vindo.
Abs